O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou nesta quinta-feira, 16, que a polícia irá analisar o material genético do policial militar preso temporariamente como suspeito de executar Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), no dia 8 de novembro no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos.
Em entrevista coletiva, Derrite disse que houve coleta de materiais genéticos encontrados no local do crime, e agora eles serão comparados com os do agente preso. Caso o resultado seja positivo, a prisão dele pode ser convertida em preventiva.
“Para a realização do exame de comparação genética no laboratório da Polícia Técnica Científica de São Paulo, é necessário o material coletado e os possíveis suspeitos do crime. Como houve a prisão temporária de um indivíduo apontado como atirador, comprovado, inclusive, agora será coletado o material genético e compará-lo com o coletado no dia do assassinato”, disse o secretário. “Tudo nos leva a crer que [o resultado] será positivo e a prisão temporária pode ser convertida em preventiva”, completou.
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A Corregedoria da Polícia Militar deflagrou na manhã desta quinta-feira, 16, a Operação Prodotes, que tinha como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra agente suspeitos de envolvimento na execução de Gritzbach. De acordo com o secretário de Segurança Pública, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Além disso, um cabo da ativa da PM foi detido como suspeito de ser um dos atiradores. Os nomes dos agentes não podem ser revelados no momento porque o caso está sob sigilo de Justiça.
As investigações começaram em abril de 2024, para apurar a possível atuação de agentes para facilitar de alguma maneira as atividades da facção, ou trabalhando a serviço dos criminosos. Com as informações coletadas, juntamente com uma após uma denúncia de que policiais militares estavam realizando a escolta particular de Gritzbach, foi instaurado um Inquérito Policial Militar em outubro.
“A partir de então, buscou-se comprovar a participação de policiais militares com o crime organizado”, afirmou Derrite. Após o assassinato de Gritzbach, a Corregedoria passou a realizar um trabalho de inteligência para apurar o possível envolvimento dos agentes que faziam o escolta do delator com o crime ocorrido.
“Chegou-se à conclusão sobre a necessidade de prisão de 14 policiais militares, alguns deles estavam no dia [8 de novembro] realizando a escolta ilegal [de Antônio Vinícius]”, explicou Derrite. “Também houve a comprovação de que os policiais militares tinham conhecimento a respeito das condutas delituosas de Gritzbach antes e depois de fazer a deleção premiada ao Ministério Público de São Paulo”, acrescentou.
Além disso, a PM constatou que um outro policial militar, que não era investigado no princípio, “foi colocado na cena do crime”.
Por meio de imagens capturadas no local do assassinato, foi possível realizar a identificação do agente suspeito de ser um dos atiradores, que foi detido nesta quinta-feira, 16, segue sob custódia da Corregedoria da PM e vai ser encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes.