O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, está na Ucrânia nesta quinta-feira (16) para firmar um amplo acordo de segurança “por 100 anos” com Kiev, onde foi surpreendido por sirenes antiaéreas.
O premiê trabalhista realiza sua primeira viagem como chefe do governo britânico a Kiev desde que chegou ao cargo em julho.
A visita também ocorre a poucos dias do retorno de Donald Trump à Casa Branca, com apreensão por parte da Ucrânia e das potências ocidentais acerca das declarações do presidente eleito de que poderia realizar um corte drástico na ajuda militar e financeira dos Estados Unidos.
Starmer viajou para assinar um amplo acordo de defesa, energia e comércio com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, segundo um comunicado de Downing Street.
“O Reino Unido e a Ucrânia firmam um acordo histórico por 100 anos para aprofundar as relações de segurança e fortalecer sua parceria para as gerações futuras”, afirmou a sede do governo britânico.
O objetivo “primordial” é “garantir que a Ucrânia esteja na posição mais forte possível até 2025”, disse Starmer à imprensa britânica enquanto visitava soldados ucranianos feridos em um hospital.
“Temos que oferecer o apoio necessário” e “nunca relaxar nossos esforços”, enfatizou o premiê.
Durante sua visita, uma sirene antiaérea soou em Kiev, seguida de fortes explosões, e um drone sobrevoou o centro da capital, informaram jornalistas da AFP.
“A defesa antiaérea está funcionando”, comentou no Telegram o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.
Pouco antes, a aviação ucraniana indicou que “um drone inimigo” se aproximava da capital vindo do leste.
Starmer também anunciará nesta quinta-feira uma ajuda adicional de 40 milhões de libras (cerca de US$ 48 milhões ou R$ 296 milhões na cotação atual) para a recuperação econômica da Ucrânia, de acordo com seu gabinete.
Zelensky declarou que conversará com o primeiro-ministro britânico sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia para supervisionar um eventual acordo de cessar-fogo, uma ideia que o presidente francês Emmanuel Macron vem promovendo.
Trump, que assume o cargo novamente em 20 de janeiro, disse que está preparando uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, para encerrar o conflito na Ucrânia, sem dar mais detalhes.
O magnata americano expressou repetidamente seu ceticismo em relação aos bilhões de dólares gastos por Washington em favor de Kiev desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
O Reino Unido, por sua vez, tem sido um dos principais apoiadores militares de Kiev desde o princípio do conflito.
Londres está fornecendo mísseis Storm Shadow, que Kiev utiliza para atacar alvos militares e de energia em território russo, o que o Kremlin apresentou como uma linha vermelha.
Desde o início da invasão de Moscou, quando o conservador Boris Johnson era o primeiro-ministro, Londres prometeu 12,8 bilhões de libras (US$ 15,6 bilhões ou R$ 95 bilhões) em ajuda militar e civil à Ucrânia.
Além disso, o Reino Unido treinou mais de 50.000 soldados ucranianos em seu território, de acordo com números oficiais.
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