Hamas aprova acordo de trégua em Gaza, dizem agências; Israel nega

AFP
Uma menina palestina inspeciona os escombros de um prédio após um ataque israelense em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza Foto: AFP

O Hamas e a Jihad Islâmica aprovaram um acordo para uma trégua em Gaza e uma troca de reféns e prisioneiros, indicaram fontes palestinas próximas das negociações em Doha nesta quarta-feira, 15.

“As facções da resistência chegaram a um acordo entre si e informaram aos mediadores de sua aprovação do acordo de troca e cessar-fogo”, declarou à AFP uma fonte sob anonimato. Outra fonte palestina confirmou que as duas organizações aprovaram o acordo proposto.

Mais cedo, uma autoridade israelense também disse à Reuters que o grupo militante palestino havia dado sua aprovação. No entanto, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou que o Hamas tenha concordado com a proposta de cessar-fogo de Gaza dos mediadores do Catar.

Ao contrário dos relatos, a organização terrorista Hamas ainda não respondeu ao acordo”, disse o gabinete do primeiro-ministro à Reuters.

Cessar fogo está próximo

As partes envolvidas no conflito e os mediadores Catar e EUA são unânimes em indicar que um cessar-fogo está muito próximo, o que paralisaria uma guerra brutal que já deixou mais de 46 mil mortos na Faixa de Gaza e devastou o enclave palestino desde 7 de outubro de 2023.

O conflito foi deflagrado por atentados do Hamas que fizeram 1,2 mil mortos e provocaram um banho de sangue sem precedentes em Israel.

Ainda não há informações oficiais, mas o acordo manteria essencialmente a estrutura da proposta apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em maio passado, com uma implementação em três etapas, começando pela libertação de pouco mais de 30 reféns israelenses e de cerca de mil prisioneiros palestinos.

Ao todo, 94 reféns ainda têm paradeiro desconhecido, mas Israel acredita que pelo menos 34 já morreram. Já a segunda fase do acordo envolveria a libertação dos sequestrados remanescentes e a devolução dos corpos de reféns mortos.

No entanto permanecem incertezas sobre a presença militar israelense em Gaza, sobretudo no corredor Filadélfia, entre o enclave e o Egito, e sobre a reconstrução do território.

* Com informações da Ansa, AFP e Reuters