Com o objetivo principal de falar sobre o projeto Bring Kids Back (Trazer as Crianças de Volta), o chefe de gabinete da presidência da Ucrânia, Andriy Yermak, concedeu uma entrevista coletiva por videoconferência para 18 jornalistas brasileiros na tarde desta terça-feira, dia 14.
Segundo levantamentos extraoficiais, 20 mil crianças ucranianas estariam sob domínio russo. “Não sabemos o número exato de crianças sequestradas, mas posso garantir que, em pelo menos 90% dos casos, os russos tentaram mudar a identidade delas”, diz Yermak.
Essas crianças estão em territórios ocupados pela Rússia em Donetsk, Crimeia, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. “Não reconhecemos essa anexação. Queremos de volta nossos territórios e nossas crianças. Temos um só objetivo: vencer essa guerra.”
Referindo-se a Putin como “o opressor”, Yermak afirma que a Rússia de hoje não é o que o Ocidente imagina: “É um estado terrorista, comandado por um ditador que tem armas nucleares e pensa que pode fazer o que quiser sem ser punido”.
O chefe de gabinete defende que as democracias apoiem “Os 10 Pontos da Fórmula da Paz”, documento elaborado pelo governo de Volodymyr Zelensky para tentar dar um fim ao conflito. Segundo Yermak, o manifesto se baseia 100% em leis internacionais. Por conta disso, ele pergunta: “Por que o Brasil não apoia o documento?”.
E essa não é a única mágoa que Yermak demonstra com o governo brasileiro. “O presidente de vocês ainda não visitou a Ucrânia, nem convidou o presidente Zelensky para o encontro do G20, no Rio de Janeiro”, diz ele. Em sua avaliação, o Brasil tem muita importância geopolítica e pode engajar muitas nações para tentar convencer os russos a desocupar os territórios.
Ainda no campo internacional, Yermak vê com esperança a posse de Donald Trump como presidente dos EUA no próximo dia 20. Durante a coletiva, ele afirmou que Zelensky teve uma reunião com Trump e o presidente francês, Emmanuel Macron. “Nesse encontro, Trump diz que compreende quem é a vítima e quem é o opressor nessa guerra. E falou também que a paz é necessária para o mundo”, afirmou.
