Comissão da ONU que investiga crimes na guerra da Síria realiza 1ª visita

Comissão da ONU que investiga crimes na guerra da Síria realiza 1ª visita

Um investigador das Nações Unidas sobre violações dos direitos humanos durante a guerra civil na Síria expressou a esperança de uma “boa cooperação” com as novas autoridades do país, após uma primeira visita nesta quinta-feira (9).

A Comissão de Investigação da ONU sobre a Síria nunca teve acesso ao país sob o governo do presidente Bashar al Assad, que foi destituído em 8 de dezembro por uma coalizão rebelde liderada por islamistas radicais.

“Esperamos poder estabelecer uma boa relação com as autoridades recém-instaladas”, afirmou à AFP Hanny Megally, membro da Comissão, destacando que o novo governo deu uma recepção “imediata” à missão que ele liderou durante cinco dias no país.

A comissão, que investiga crimes de guerra e outras violações do direito internacional sobre direitos humanos desde o início da guerra civil na Síria em 2011, realizava seu trabalho até agora à distância, compilando listas de 4.000 supostos responsáveis por delitos graves.

Megally informou que visitou centros de detenção e locais de valas comuns em Damasco e arredores, além de realizar entrevistas nos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.

“Queremos poder visitar os lugares que documentamos […] para confirmar novamente, essencialmente, as informações coletadas e preencher as lacunas”, explicou.

Investigando todas as partes envolvidas no conflito sírio, incluindo os ex-rebeldes que agora governam o país, a comissão deseja também trabalhar com as autoridades “para garantir que o passado não se repita”.

“Nenhuma parte do conflito na Síria pode afirmar ‘respeitamos os direitos ou o direito humanitário internacional'”, enfatizou Megally.

“Mas estamos em uma nova fase […] seria bom poder dizer que a lição foi aprendida”, concluiu.

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