‘Bando de aloprados achou que tomaria o poder’, diz Lula sobre plano golpista

Lula durante discurso
Lula durante discurso Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “bando de aloprados” os investigados por um suposto plano golpista que tramava as execuções do presidente, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Alexandre de Moraes em dezembro de 2022, antes da posse do petista.

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“Bando de aloprados achou que tomaria o poder”, afirmou Lula, que também questionou o que os responsáveis pelo plano fariam após as mortes.

O presidente discursou durante um ato em defesa da democracia numa cerimônia que marca os dois anos dos atos golpista de 8 de Janeiro de 2023.  Durante a cerimôonia, ele agradeceu ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, por ter levado os comandantes das Forças Armadas ao evento.

“Quero agradecer o ‘Zé Múcio’, que trouxe os três comandantes das Forças Armadas para mostrar a esse país que é possível a gente construir as Forças Armadas com o propósito de defender a soberania nacional”, declarou o presidente da República.

De improviso, Lula ainda lembrou sobre os momentos em que “pesou que iria morrer”, como o diagnóstico de câncer na laringe, a pane no avião presidencial, a queda no banheiro na qual bateu a cabeça e a cirurgia de emergência para remover um coágulo no cérebro causado pela queda.

Na sequência, Lula disse que é “um amante da democracia” e leu um discurso pronto no qual fez referência ao filme “Ainda estou aqui”, que conta a luta de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, para esclarecer o desaparecimento do marido, o ex-deputado progressista Rubens Paiva, sequestrado pelos militares em 1971.

“Hoje é dia de dizer em alto em bom som ‘ainda estamos aqui’. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva ao contrário do que planejavam os golpistas do 8 de Janeiro de 2023”, afirmou Lula.

“Estamos aqui, mulheres e homens, de diferentes origens, crenças e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer em alto e bom som ‘ditadura nunca mais, democracia sempre'”, continuou o presidente, afirmando que a “democracia venceu”.

O presidente ainda destacou que os responsáveis pela depredação serão punidos. Ele falou em ser intransigente na defesa da democracia.

“A democracia precisa ser cuidada com todo o carinho e vigilância por cada uma e cada um de nós sempre e sempre. Sempre seremos implacáveis contra qualquer tentativa de golpe. Os responsáveis pelo 8 de Janeiro estão sendo investigados e punidos”, declarou o presidente da República. “Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, todos. Inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Terão amplo direito de defesa, e terão direito à presunção de inocência”, afirmou.

Lula também declarou defender a liberdade de expressão, mas que não se pode ser tolerante com discursos de ódio. O presidente afirmou ainda que é dia de dizer que a democracia está viva, e que não haverá mais ditadura.

Ele também declarou que a democracia “só será plena” quando todos tiverem acesso a educação e saúde. Lula ainda mencionou a volta das obras de arte depredadas durante os ataques. “Se elas foram restauradas e devolvidas ao Planalto, é porque a democracia venceu”, completou.