A disputa entre PSD e MDB pela fusão com o PSDB

Gilberto Kassab e Baleia Rossi miram tucanos após enfraquecimento do partido, mas disputam espaço com outros dois partidos em paralelo

A disputa entre PSD e MDB pela fusão com o PSDB

Em um dia de chuva, entre o Natal e o Ano Novo, o presidente da executiva de São Paulo do PSDB, Paulo Serra, se sentou à mesa de Gilberto Kassab, na casa do secretário, localizada na região dos Jardins, um dos bairros mais nobres da capital paulista. Conversaram por algumas horas sobre o futuro dos tucanos e projetos que poderiam desenvolver juntos em relação a São Paulo.

A pauta já estava alinhada com a possibilidade de fusão entre o PSDB e o PSD. A ideia de se juntar a algum partido passou a ganhar unanimidade nos bastidores do tucanato.

Paralelamente a esse encontro, o MDB mobilizou seus principais nomes para articular o mesmo tema. O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), foram convocados para liderar as negociações e convencer o PSDB a aderir à ideia de fusão ou incorporação com a cúpula emedebista.

O presidente do MDB, Baleia Rossi (MDB-SP), chegou a se reunir com o presidente do PSDB, Marconi Perillo, e com líderes da legenda, como os deputados Aécio Neves (PSDB-MG) e Adolfo Viana (PSDB-BA). As negociações ainda estão em fase inicial e devem ser retomadas no fim de janeiro.

Dentro do PSDB, a fusão ou incorporação com algum partido é dada como certa. Alguns interlocutores afirmaram ao site IstoÉ que o movimento é necessário para alavancar os nomes do partido nas eleições de 2026. Outro fator que incomoda a cúpula é a possível debandada de filiados, principalmente após as ameaças dos governadores de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e de Pernambuco, Raquel Lyra, que já indicaram que podem deixar a legenda.

De acordo com fontes ligadas às negociações, o mês de janeiro deverá ser destinado à reflexão e unificação do partido. Em fevereiro, todas as conversas deverão ser retomadas e agilizadas.

Concorrência por fora

MDB e PSD não são os únicos partidos de olho na fusão com os tucanos. Podemos e Solidariedade também estão interessados, além do Cidadania, com quem o PSDB já firmou uma federação.

Mesmo com o interesse, essas legendas correm por fora na preferência do tucanato, pelo menos momentaneamente. Conversas pontuais já foram realizadas, mas não avançaram nas últimas semanas.