Mais de 700 detidos durante as manifestações contra a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro na Venezuela foram libertados, informou, nesta sexta-feira (20), o Ministério Público (MP), após anunciar mais 200 solturas.
“Foram acordadas pelo Poder Judiciário 200 revisões de medidas para processados após os graves episódios de violência ocorridos no país depois das eleições presidenciais de 28 de julho”, informou o MP venezuelano em comunicado.
“Com essas novas solicitações aprovadas, chega-se ao número de 733 libertações”, acrescentou.
Na segunda-feira, foram anunciadas 179 libertações, enquanto na semana passada foram outras 103, como parte de um processo de revisão iniciado há um mês.
A ONG Foro Penal, dedicada à defesa dos “presos políticos”, disse à AFP que está “verificando” as libertações, mas seu presidente, Alfredo Romero, descartou que o número ultrapasse 700. Até a segunda-feira, 328 haviam sido confirmadas.
Mais de 2.400 pessoas foram detidas nas horas posteriores à proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, que desencadeou protestos que deixaram 28 mortos e quase 200 feridos. Os detidos, entre os quais figuram mais de 100 adolescentes, foram acusados de “terrorismo” e levados para prisões de segurança máxima.
Muitos foram presos sem ordem judicial, enquanto crescem as denúncias de maus-tratos e torturas.
Três dos detidos – de 36, 43 e 44 anos – morreram sob custódia das autoridades. Também foram registradas tentativas de suicídio.
A oposição liderada por María Corina Machado afirma que seu candidato, Edmundo González Urrutia, ganhou as eleições contra Maduro, cuja vitória foi contestada por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
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