14/12/2024 - 21:05
Jair Bolsonaro (PL) usou suas redes sociais para se manifestar sobre a prisão do general e ex-ministro Walter Braga Netto pela Polícia Federal, neste sábado, 14, mais de 12 horas após o aliado ir para a cadeia.
“Há mais de 10 dias o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, escreveu o ex-presidente no X (antigo Twitter).
– A prisão do General.
– Há mais de 10 dias o “Inquérito” foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP.
– Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?
– Jair Bolsonaro.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 14, 2024
Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa de Bolsonaro e candidato a vice derrotado com ele nas eleições de 2022, teve a prisão decretada por “atrapalhar a livre produção de provas durante a instrução processual penal”, segundo os policiais.
A investigação em que o general da reserva interferiu trata de uma tentativa de golpe de Estado que se deu, de acordo com a PF, para manter Bolsonaro no poder e impedir a posse do presidente Lula (PT). Por ela, o ex-presidente, Braga Netto e outras 36 pessoas foram indiciadas no final de novembro. Para analistas, a detenção do ex-ministro coloca Bolsonaro sob maior risco de responsabilização.
Participação no plano golpista
De acordo com as apurações policiais, após a derrota nas urnas, Braga Netto abrigou reuniões com militares golpistas em sua casa, deu ordens para o ex-major Ailton Gonçalves Barros fazer ataques pessoais ao então comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e ao então comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, na tentativa de convencê-los a aderir ao plano e orientou “disseminação de notícias, com o objetivo de atingir a reputação do general Tomás Miguel Miné Ribeiro de Paiva, atual comandante do Exército, integrante do Alto-Comando do Exército (ACE), que também adotou uma posição legalista”.
Segundo o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro ainda entregou dinheiro vivo a soldados das Forças Especiais (os chamados “kids pretos”, que seriam centrais para colocar a ruptura institucional em prática), em sacolas de vinho. Bolsonaro também teve participação relevante na trama, como relatou o site IstoÉ.