O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto entregou dinheiro vivo a militares das ForƧas Especiais, os chamados “kids pretos”, em sacolas de vinho.
O montante seria usado para financiar os supostos planos de golpe de Estado apĆ³s a vitĆ³ria do presidente Luiz InĆ”cio Lula da Silva, em 2022. Segundo trecho da delaĆ§Ć£o de Cid, o dinheiro foi entregue por Braga Netto ao major Rafael de Oliveira.
Ainda conforme a delaĆ§Ć£o, o ex-ministro teria afirmado que a verba foi arrecada junto ao pessoal do agronegĆ³cio.
Braga Netto foi preso neste sĆ”bado, 14, pela PolĆcia Federal acusado de obstruĆ§Ć£o de JustiƧa no Ć¢mbito da investigaĆ§Ć£o sobre a trama golpista.
Em nota, a PF informou que foram cumpridos um mandado de prisĆ£o preventiva, dois mandados de busca e apreensĆ£o e uma cautelar diversa da prisĆ£o contra investigados que estariam atrapalhando a livre produĆ§Ć£o de provas durante a instruĆ§Ć£o processual penal.
De acordo com a corporaĆ§Ć£o, a medida ātem como objetivo evitar a reiteraĆ§Ć£o das aƧƵes ilĆcitasā.
Plano de golpe de Estado
Braga Netto Ć© alvo da investigaĆ§Ć£o da PF que indiciou tambĆ©m Bolsonaro e mais 35 acusados por golpe de Estado e aboliĆ§Ć£o violenta do Estado democrĆ”tico de Direito.
Entre os indiciados, estĆ£o ex-ministros do governo Bolsonaro, ex-comandantes do ExĆ©rcito e da Marinha, militares da ativa e da reserva e ex-assessores do ex-presidente.
A investigaĆ§Ć£o aponta Braga Netto como chefe do grupo que planejou a intervenĆ§Ć£o militar. Ele teria aprovado e financiado um plano para matar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A investigaĆ§Ć£o da PF tambĆ©m aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou de āforma direta e efetivaā no planejamento de um golpe de Estado em 2022.
O documento foi encaminhado ao STF e teve seu sigilo derrubado por Alexandre de Moraes.
O relatĆ³rio foi enviado para anĆ”lise da Procuradoria-Geral da RepĆŗblica (PGR), Ć³rgĆ£o responsĆ”vel por avaliar as provas e decidir se denuncia ou nĆ£o os investigados.
* Com informaƧƵes da DW