13/12/2024 - 19:57
Luigi Mangione, o único suspeito pelo assassinato do CEO do UnitedHealthcare, Brian Thompson, no dia 4 de dezembro, não era cliente da seguradora de saúde, disse um porta-voz da empresa nesta sexta-feira, 13.
Mangione está preso desde segunda-feira, 9, acusado pela execução de Thompson em frente a um hotel em Manhattan antes de uma conferência da empresa, após uma caçada de cinco dias. O suspeito sofria de cores crônicas nas costas, de acordo com os relatos de pessoas próximas e publicações nas redes sociais.
A UnitedHealth não tem registros anteriores de Mangione ou de sua mãe como clientes da companhia, segundo o porta-voz.
O crime e o suspeito
O assassinato de Thompson foi recebido com choque por todo o setor, mas também gerou manifestações de apoio de americanos que sofrem com os altos custos de assistência médica e seguro de saúde nos EUA.
Autoridades públicas e executivos da área reconheceram as frustrações, mas também reagiram contra a glorificação um acusado de assassinato nas redes sociais.
Em um artigo de opinião publicado no jornal The New York Times nesta sexta, o presidente-executivo do UnitedHealth Group, Andrew Witty, disse entender as frustrações do público com o sistema de saúde “falho” dos EUA, mas lamentou a morte de Thompson e condenou o “ódio violento que foi direcionado aos nossos colegas que têm sido atormentados por ameaças”.
Segundo o jornal, um relatório da polícia de Nova York concluiu que Mangione considerava o assassinato uma resposta justificada ao que acreditava ser corrupção no setor de saúde — percepção compartilhada pelos que passaram a celebrá-lo.
“Ele está representando uma raiva generalizada que é sentida por pessoas da classe média, da classe trabalhadora e por pessoas abastadas que também têm problemas com sua seguradora”, disse Pepper Culpepper, professor de governo e políticas públicas na Universidade de Oxford.
A ABC News e outros veículos noticiaram que uma mulher da Flórida foi presa depois de supostamente encerrar uma ligação telefônica com um representante de sua seguradora Blue Cross Blue Shield dizendo as palavras “Atrasar, negar, destituir. Vocês são os próximos”.
As palavras “negar”, “defender” e “depor” foram gravadas em cartuchos encontrados na cena do assassinato de Thompson, segundo vários veículos de notícias, evocando o título de um livro crítico do setor de seguros publicado em 2010, intitulado “Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don’t Pay Claims and What You Can Do About It” (Atrasar, Negar, Defender: Por Que Seguradoras Não Pagam Sinistros e o Que Pode Ser Feito a Respeito, em inglês).