O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta quarta-feira, 4, que pode ser o “plano B” para a direita na disputa presidencial de 2026. Apesar da fala, o parlamentar ressaltou na CPAC (Conferência Conservadora de Ação Política), realizada na Argentina, que a primeira opção para as eleições ainda é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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“O ‘plano A’ é [Jair] Bolsonaro, posso ser o ‘plano B’”, pontuou o deputado federal ao jornal “A Folha de S. Paulo”. Em outubro deste ano, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, pontuou em entrevista à “GloboNews” que o primeiro da fila para a candidatura nas eleições de 2026 é o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.
Na ocasião, Valdemar da Costa Neto apontou que também considerava a candidatura de Eduardo Bolsonaro. Apesar disso, o dirigente do PL comentou que acredita na possibilidade de o ex-presidente se tornar elegível novamente por conta do projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional.
Durante a CPAC, Eduardo Bolsonaro apresentou um cartaz com uma mensagem de “liberdade aos presos políticos do Brasil”. Ao longo do discurso, o parlamentar disse que a direita é perseguida e pediu pela libertação do ex-deputado federal Daniel Silveira, condenado a oito anos e nove meses de reclusão por ameaça ao Estado Democrático de Direito.
“O Brasil está cada vez mais próximo da Venezuela”, disse Eduardo, questionando o motivo pelo qual Bolsonaro se tornou inelegível. O deputado federal também criticou as penas aplicadas pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e fez um apelo ao governo da Argentina para conceder asilo aos condenados.
Em seu perfil no X (antigo Twitter), o parlamentar publicou uma foto ao lado de Milei, parabenizando o chefe de estado do país vizinho. “Se um brasileiro diz que o presidente da Argentina é o melhor do mundo, é porque certamente é”, escreveu Eduardo Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro participou da CPAC por uma mensagem de vídeo, por estar com o passaporte retido, e reiterou que nunca pensou na possibilidade de aplicar um golpe de estado, além de também elogiar o presidente argentino Javier Milei. “Te saúdo pelas medidas difíceis que tomou e que agora o povo vai entendendo. […] Parabenizo pela coragem de montar uma boa equipe para mudar os rumos de seu país”, comentou o ex-chefe de estado.
Jair Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o considerou culpado de usar indevidamente o cargo e a estrutura administrativa da Presidência da República para promover sua campanha eleitoral durante uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada, em julho de 2022. O evento, transmitido ao vivo nas redes sociais oficiais e na TV Brasil, foi avaliado como uma forma de Bolsonaro inflamar seus apoiadores contra a Justiça Eleitoral, configurando abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ele também foi condenado por uso eleitoral das comemorações do Dia da Independência no mesmo ano.
*Com informações do Estadão