O Corinthians se despediu da Neo Química Arena em 2024 com um clima diferente do que viveu no decorrer do Brasileirão. A oitava vitória seguida veio com um 3 a 0 sobre o Bahia. Em noite inspirada, com futebol bonito e incontestável, a equipe garantiu vaga na Copa do Brasil do próximo ano e coloca ‘um pé’ na Libertadores.

A equipe paulista assegurou, no mínimo, a nona posição na tabela. Conforme o regulamento do Campeonato Brasileiro, quando há oito equipes na Libertadores (e, portanto, diretamente na terceira fase da Copa do Brasil), o melhor colocado, com exceção dos que jogam a competição continental, também entra na terceira etapa do mata-mata nacional. Pelo Paulistão, o Corinthians havia ficado fora das equipes classificadas.

A expectativa agora é por uma vaga na Libertadores, que encerraria com chave de ouro a recuperação corintiana. A equipe chegou para a 36ª rodada tendo no Bahia um adversário direto. Os baianos esperam contar com ajuda do Palmeiras, que encara o Cruzeiro, para tentar ir ao torneio continental. O mesmo resultado também é positivo para os corintianos.

A importância da partida era ilustrada com a intensidade dos dois times já nos primeiros minutos. O Bahia começou com pressão no Corinthians, que teve dificuldades em sair para o jogo. Não foi raro ver Garro buscar a bola entre os zagueiros para tentar armar.

Com a bola, contudo, os baianos não tinham o mesmo sucesso. O time não ameaçava o Corinthians. Pelo contrário, foi em uma falha de Luciano Juba e Thaciano que Carillo interceptou e iniciou ataque com Yuri Alberto. O artilheiro do Brasileirão fez as vezes de garçom e passou para Memphis, que bateu em cima de Kanu. O desvio do zagueiro encobriu Marcos Felipe.

O Bahia até conseguiu responder com um gol de Lucho Rodríguez, mas ele estava pouco à frente de André Ramalho, e foi assinalado impedimento. O movimento crescente do time baiano foi abreviado por uma parada por causa lesão de Marcos Felipe, substituído por Adriel.

Após cinco minutos de jogo parado, a equipe de Rogério Ceni voltou a atacar. Saíram assim as primeiras finalizações dos visitantes. Quando os corintianos que foram obrigados a se defender, mostraram bom alinhamento, dificultando ao máximo as conclusões do adversário.

O repertório corintiano em nada lembra o time que passou sufoco na zona de rebaixamento. Há variações que permitem que Matheuzinho apareça por dentro e Carillo avance. Também no meio, destaque para o garoto Matheus Bidon, que pode, finalmente, mostrar seu futebol criativo em um Corinthians de boa fase.

Garro, Yuri e Memphis mostram o melhor do seu entrosamento com trocas de passes eficientes na frente. Foi assim que, em nova falha do Bahia, o holandês desarmou Caio Alexandre e tabelou com o camisa 10. Carillo recebeu e entregou a Yuri Alberto.

O atacante já estava cara a cara com Adriel, e o goleiro ainda facilitou posicionando-se mal e abrindo a meta para o atacante. Com o gol, Yuri Alberto chega a 14 no Brasileirão, assumindo a artilharia. São 30 em toda a temporada, mesma marca do flamenguista Pedro, parado por lesão desde o começo de setembro.

No segundo tempo, o Corinthians continuou a ser superior. O Bahia até conseguiu trocar passes, mas parecia cair, como em uma armadilha, na marcação corintiana. No ataque, os paulistas criaram mais chances, ainda que sem sucesso. Carillo, que já havia participado dos dois gols, demonstrou-se peça importante junto de Garro na construção.

Em ritmo menor, é verdade, o Corinthians buscava mais. O nível de Memphis Depay ganha mais brilho quando o jogador resolve mostrar suas diferenças. Uma falta no lado da área do Bahia indicava bola aérea, como acreditaram os atletas que brigavam por espaço próximo de Adriel. O camisa 94 ignorou todos, incluindo o goleiro baiano, e mandou um torpedo para as redes.

A partida ficou morna no futebol jogado e esquentou nos ânimos. Acevedo fez falta violenta após troca de passes do Corinthians. Não houve provocação por parte dos corintianos. O uruguaio recebeu amarelo, e isso foi estopim para trocas de empurrões que amarelaram também Lucho Rodríguez e Gustavo Henrique.

Restavam 20 minutos quando a arquibancada começou a entoar “olé” na posse de bola do time da casa. Os jogadores do Bahia ficaram mais irritados. Isso não mudou o domínio corintiano, que continuou até o final do jogo, mesmo que não convertido em mais gols.

O Corinthians fecha o Brasileirão contra o Grêmio, em Porto Alegre, no domingo, às 16h. A equipe não terá Gustavo Henrique, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Já o Bahia recebe o Atlético-GO, na Arena Fonte Nova, no mesmo dia e horário.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS 3 X 0 BAHIA

CORINTHIANS – Hugo Souza; Matheuzinho, Gustavo Henrique, André Ramalho e Matheus Bidu; Raniele (Martínez), Breno Bidon (Igor Coronado), André Carillo (Alex Santana) e Rodrigo Garro (Talles Magno); Memphis Depay e Yuri Alberto (Ángel Romero). Técnico: Ramón Díaz.

BAHIA – Marcos Felipe (Adriel); Santiago Arias (Ademir), Gabriel Xavier, Kanu e Luciano Juba; Acevedo, Caio Alexandre (Gilberto) e Everton Ribeiro (Biel); Cauly, Thaciano (Jean Lucas) e Lucho Rodríguez (Everaldo). Técnico: Rogério Ceni.

GOLS – Memphis Depay, aos 11, e Yuri Alberto, aos 48, minutos do primeiro tempo e Memphis Depay, aos 15 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Gabriel Xavier, Acevedo, Lucho Rodríguez e Jean Lucas (Bahia) e Gustavo Henrique e Raniele (Corinthians).

ÁRBITRO – Bruno Arleu de Araújo (Fifa-RJ).

PÚBLICO – 46.263 torcedores.

RENDA – R$ 2.502.234,00.

LOCAL – Neo Química Arena, em São Paulo.