02/12/2024 - 13:01
CAIRO, 2 DEZ (ANSA) – O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, revelou nesta segunda-feira (2) o temor de que a escalada do conflito armado na Síria nos últimos dias possa levar a uma nova crise migratória no Oriente Médio.
“O Líbano já acolheu 1 milhão de refugiados sírios. O risco é que haja outra crise migratória resultante de uma guerra civil que poderá durar muito tempo, com impacto imediato em território libanês, mas também no que diz respeito à Europa, como aconteceu durante a outra guerra civil”, disse Tajani no Egito, onde participa da Conferência Internacional sobre Gaza.
A preocupação do ministro quanto a um “novo colapso migratório e a uma nova catástrofe humanitária” faz referência à guerra civil na Síria iniciada em 2011, que levou milhões de pessoas a fugir de casa, principalmente aos países vizinhos, como Líbano, Turquia e Jordânia, mas também para a Europa.
Na noite entre domingo (1º) e segunda (2), milícias apoiadas pelo Irã foram enviadas à Síria através do Iraque, se estabelecendo no norte do país para apoiar o exército de Bashar al-Assad no combate a jihadistas e rebeldes.
“Trata-se de novos reforços enviados para ajudar os nossos companheiros na linha de frente no norte”, declarou uma fonte do alto escalão do exército iraniano à imprensa internacional.
Hoje ao menos 11 civis, sendo cinco crianças e duas mulheres, foram mortos durante ataques das forças sírias e russas no noroeste do país. De acordo com a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o bombardeio tinha como alvo o centro da cidade de Idlib, tida como a “capital dos jihadistas”.
Já o exército de Damasco, citado pela agência russa Tass, informou que mais de 400 “terroristas” foram eliminados nas últimas horas durante os ataques aéreos das forças da Síria e da Rússia em Idlib e Aleppo. De acordo com fontes citadas pelo jornal The Guardian, os Estados Unidos e a União Europeia estariam abertos a uma possível revisão das sanções aplicadas à Síria caso Assad se distancie do Irã e interrompa o fornecimento de armas ao Hezbollah. No entanto, as discussões ocorreram antes de os rebeldes invadirem Aleppo, na semana passada, iniciando sua maior ofensiva em anos. (ANSA).