A poluição atmosférica provocada por incêndios está relacionada com mais de 1,5 milhão de mortes por ano em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (28, data local).

Esse número de mortes deve aumentar nos próximos anos, pois a mudança climática faz com que os incêndios florestais sejam mais frequentes e intensos, segundo o estudo publicado pela revista The Lancet.

A equipe internacional de pesquisadores examinou os dados existentes, tanto sobre incêndios florestais quanto sobre a queimada de terrenos como prática agrícola para a limpeza dos campos.

De 2000 a 2019, os anos estudados, cerca de 450 mil mortes anuais causadas por problemas cardíacos estão vinculadas à poluição atmosférica por incêndios, segundo os pesquisadores.

Outras 220 mil mortes provocadas por doenças respiratórias podem ser atribuídas à fumaça e às partículas lançadas no ar pelos incêndios.

Segundo o estudo, em todo o mundo ocorreram 1,53 milhão de mortes por causas relacionadas com a poluição atmosférica provocada pelos incêndios.

Mais de 90% desses óbitos ocorreram em países de renda baixa e média, e quase 40% na África Subsaariana.

Os países com o maior número de mortes por essas causas são China, República Democrática do Congo, Índia, Indonésia e Nigéria.

Os autores do estudo pediram uma “ação urgente” para enfrentar o elevado número de mortos pelos incêndios, enfatizando a “injustiça climática” que os países pobres sofrem.

O Equador declarou emergência nacional na semana passada devido ao déficit hídrico, à seca e aos incêndios florestais que consumiram mais de 10 mil hectares em novembro no sul do país.