Manifestantes invadiram uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 27, para pedir a retirada da PEC 164/2012 – que pode restringir o aborto de forma absoluta no Brasil.

Os protestantes, em sua maioria vereadoras e deputadas, ocuparam a conferência com gritos que diziam: “Estuprador não é pai, criança não é mãe”. A frase faz referência à intenção da proposta de emenda, que busca proibir a interrupção da gravidez em qualquer circunstância. Isso significaria a reversão do direito de abortar mesmo em casos já previstos pela lei brasileira, como situações de risco à gestante, anencefalia e estupro.

A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL), que estava presente na sessão, chegou a discutir com outros parlamentares, com destaque para a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL/SC). A psolista questionou a maneira como os manifestantes estavam sendo tratados, alegando retaliação agressiva derivada do comando de Caroline.

“Elas estão se manifestando. Vocês não se importam com deputados xingando as pessoas de assassinas, pedindo golpe de Estado… mas mulheres se manifestando não pode?”, argumentou Sâmia.

As palavras de ordem continuaram ecoando na comissão e, quando solicitado silêncio, o volume dos gritos aumentou.

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