O papa Francisco visitará a ilha francesa de Córsega no dia 15 de dezembro, poucos dias depois da reabertura da Catedral de Notre Dame, em Paris, à qual não comparecerá, informou o Vaticano neste sábado (23).

“Aceitando o convite das autoridades civis e eclesiásticas, o papa Francisco fará uma viagem apostólica a Ajaccio no dia 15 de dezembro de 2024, por ocasião do encerramento do Congresso sobre a Fé Católica no Mediterrâneo”, anunciou o diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em uma declaração.

O jesuíta argentino, que completará 88 anos dois dias depois desta viagem, chegará à capital de Córsega às 9h00 (05h00 no horário de Brasília) e partirá pouco depois das 18h00, segundo a agenda publicada pelo Vaticano.

Jorge Bergoglio fará dois discursos e presidirá uma missa vespertina no Théatre de Verdure de Casone, antes de se reunir com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Esta visita relâmpago está marcada para uma semana após a reabertura da Catedral de Notre Dame em Paris, mais de cinco anos após o seu incêndio devastador, para a qual Francisco recusou o convite oficial de Macron no ano passado.

Diante da surpresa gerada por esta viagem, vários bispos franceses apontaram o apego do sumo pontífice às “periferias” e as limitações da sua agenda em Roma.

“A estrela da reabertura de Notre Dame de Paris é Notre Dame de Paris” e Francisco não quer “desviar a atenção para ele nesta ocasião”, disse o presidente da Conferência Episcopal Francesa, monsenhor Eric de Moulins-Beaufort.

– Diálogo e migrantes –

A visita a Córsega foi convocada por monsenhor François-Xavier Bustillo, de 56 anos, bispo de Ajaccio muito popular e midiático desde 2021, que o papa Francisco promoveu a cardeal em setembro de 2023.

Na quinta-feira, Bustillo revelou o cartaz e o site oficial da visita e explicou que “alguns ajustes diplomáticos e administrativos” estavam atrasando a confirmação oficial do Vaticano.

“Não será uma visita de Estado, será uma visita pastoral. Será um momento lindo. Um momento de esperança e alegria”, disse recentemente o cardeal franco-espanhol à AFP.

Depois de “um ano bastante particular do ponto de vista social e político” com “muita tensão, muitas divisões”, ele considera esta visita um “acontecimento unificador” e “uma lufada de oxigênio”.

A chegada do papa suscita grande entusiasmo na ilha de forte tradição católica, onde os preparativos já começaram. Muitos hotéis em Ajaccio registraram um aumento nas reservas e a diocese pediu doações, assim como preparação para este evento “histórico”.

É a primeira vez que um papa visita Córsega, região francesa com status de comunidade territorial única e cujo grau de autonomia é discutido entre o Estado e os representantes locais.

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