Guerra na Ucrânia: qual é o poder de um míssil balístico intercontinental

AFP/Ministério de Defesa da Rússia
Captura divulgada pelo Ministério de Defesa da Rússia em 1º de março de 2024 que mostra o teste de disparo de um ICBM Foto: AFP/Ministério de Defesa da Rússia

As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de disparar um ICBM (Míssil Balístico Intercontinental) contra empresas e infraestruturas da cidade de Dnipro, nesta quinta-feira, 21. Foi a primeira vez que Moscou empregou a arma desde o início da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022.

O ataque foi feito após os EUA permitirem que Kiev utilize mísseis americanos contra o território russo. Na ocasião, a Rússia alertou que a medida seria vista como uma grave escalada de tensões no conflito.

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De acordo com a “CNN World”, o ICBM é uma arma disparada em direção ao espaço que libera uma ou mais ogivas que reentram na atmosfera para atingir seus alvos. O míssil pode acertar locais a uma distância mínima de 5.500 quilômetros, mas algumas versões têm capacidade para ultrapassar um alcance de 9 mil quilômetros, conforme o Centro de Controle e Não-Proliferação de Armas.

O equipamento pode ser disparado de bases militares ou por veículos de lançamentos móveis. Os ICBMs podem ter um combustível líquido ou sólido. O equipamento foi testado pela primeira vez em 1957, pela União Soviética. Dois anos depois os EUA desenvolveram o seu próprio míssil intercontinental.

Os ICBMs são projetados para carregar ogivas nucleares ou não-nucleares. O objeto que atingiu a Ucrânia na manhã desta quinta-feira, 21, não era nuclear. Segundo Kiev, a arma que acertou Dnipro foi lançada na região de Astrakhan, nas proximidades do Mar Cáspio, a cerca de 1.200 quilômetros de distância da cidade atingida.

A imprensa ucraniana apontou que o ICBM era um RB-26 Rubezh, que possui um alcance de 5,8 mil quilômetros e entrou em serviço nos anos 2010.

Embora o uso de um ICBM com tal alcance e capacidade pareça excessivo contra a Ucrânia, seu uso pode ter sido um alerta da Rússia para lembrar da capacidade nuclear do país.

O ataque ocorreu depois de, pelo menos, os EUA, Espanha, Itália, Grécia e Portugal terem fechado as suas embaixadas em Kiev na quarta-feira, 20, devido ao perigo de um bombardeio russo massivo contra o território ucraniano.

*Com informações da Ansa e da Deutsche Welle