17/11/2024 - 10:03
O Rio de Janeiro (RJ) já está com tudo pronto para a reunião da Cúpula do G20 2024, fórum de cooperação econômica internacional, que acontece nesta semana, segunda e terça-feira, dias 18 e 19.
Inicialmente criado para debater questões econômicas e financeiras mundiais, o Grupo discute, desde 2018, temas de interesse da população como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
Engajados em causas ambientais e de sustentabilidade, atores, atrizes e influenciadores digitais procurados pelo site IstoÉ Gente falaram sobre suas expectativas para compromissos e acordos sociais que serão firmados durante o encontro.
1 Emiliano d’Avila
Ator e defensor da causa animal, Emiliano d’Avila compartilha por meio de suas redes sociais ideias e debates sobre veganismo, alimentação saudável, segurança alimentar e respeito à biodiversidade.
“A Cúpula do G20 tem o potencial de ser um divisor de águas nas questões ambientais e sociais do mundo, mas é fundamental que os países façam compromissos mais ambiciosos. E eu espero que o Brasil seja um protagonista nesse encontro, não somente por ser o anfitrião, mas principalmente por ser um dos países que ainda possuem importantes biomas nativos.
E não adianta somente falar do problema da queima de combustíveis fósseis, é preciso debater também e principalmente sobre a pecuária, comprovadamente a atividade humana que mais destrói o meio ambiente e contribui para o aquecimento global. É a que mais desmata, a que mais consome recursos naturais, a que mais provoca perda de biodiversidade e a que mais emite gases de efeito estufa – mais até do que todos os meios de transporte juntos
É preciso que os governos dialoguem com todos os setores da indústria pecuária – que é poderosíssima e muito influente – e que promovam a transição para a produção de vegetais (que ocupa muito menos espaço) ou de carne cultivada em laboratório. Assim, todo mundo sai ganhando”, diz ele, esperançoso.
2 Dira Paes
Atriz e ativista ambiental desde adolescente, a paraense Dira Paes conhece bem as causas e efeitos da distribuição da Amazônia, e aponta que não é possível dissociar questões humanitárias no Brasil da questão ambiental. Recentemente, ela lançou seu primeiro filme, “Pasárgada”, que faz críticas ao tráfico de animais silvestres.
“O G20 chega à sua maturidade sem ainda conseguir alcançar o seu primeiro objetivo, frear o avanço da devastação do planeta e o excesso de emissão dos gases poluentes, entre outros. O panorama atual mostra o quanto dependemos do compromisso dos líderes mundiais em efetivar as medidas necessárias, para que não seja tarde demais, e o G20 se esvazie na burocracia e na ganância impiedosa do capitalismo selvagem”, lamenta a artista.
3 Giovanna Nader
Consultora de moda sustentável, a influenciadora Giovanna Nader se dedica ao ativismo no campo da moda, da sustentabilidade e do meio ambiente, temas que ela discute nos podcasts que comanda, “O Veneno Mora ao Lado” e o “O Tempo Virou”.
“É um evento chave para tomar decisões a favor do clima e diminuir as desigualdades no mundo. Destaco a proposta de taxação dos bilionários, que foi feita pelo Brasil e inclusive está prevista em nossa constituição. E caso isso aconteça, reverterá 250 bilhões por ano para a causa do clima. Estou bem esperançosa de que sairemos com boas novas desse evento. Veremos!”, declara ela, empolgada com os debates do G20.
4 Laila Zaid
A atriz Laila Zaid está cada vez mais engajada em causas ambientais e usa sua voz para alertar seus seguidores nas redes sociais sobre a importância da preservação do meio ambiente e dos recursos que garantem a própria sobrevivência do ser humano.
“Entendo o G20, assim como a COP30, que vai acontecer em Belém ano que vem, como uma janela de oportunidade para cobrarmos ações em relação às questões socioambientais. É agora ou nunca!!! Estamos em um mundo doente, estamos todos adoecidos e exaustos. Precisamos começar a falar de uma nova economia!! Este sistema do jeito que está não está funcionando pra ninguém! Ele alimenta ódio e desespero, e acelera nosso processo de destruição do planeta. Precisamos de financiamento climático e precisamos diminuir as desigualdades sociais. Por isso, tenho apoiado a ideia de taxação de bilionários, porque ela pode atuar nessas duas frentes. Mas, há muito mais que deve ser feito e a sociedade tem que cobrar. Passividade é o que se espera da gente para manter o status quo, me recuso a seguir passiva”, diz ela, em convocatória à população a se engajar na luta em defesa de uma sociedade mais justa.
5 Mateus Solano
Não é difícil nos deparar nas redes sociais com conteúdo em que Mateus Solano aparece com alertas sobre a importância da educação e conscientização para sustentabilidade e meio ambiente. Ativista ambiental, o ator dá voz a esta e a muitas outras lutas por equidade social.
“A minha maior expectativa como cidadão e como ser humano é que esse evento não fique só na palavra, né? Que daí saiam resoluções práticas, concretas, efetivas, urgentes e que a gente possa a partir desse dia 20 mudar paradigmas”, declarou o artista, se referindo ao dia seguinte à realização da reunião da Cúpula, finalizando sua declaração citando Albert Einstein: “Não podemos resolver nossos problemas com o mesmo pensamento que usamos quando os criamos.”
6 Aline Matulja
Engenheira ambiental, apresentadora e comunicadora socioambiental, Aline Matulja é facilitadora de projetos comunitários socioambientais, com destaque para trabalhos e debates sobre acesso à água e cuidados com o meio ambiente.
“Se Rio e Baku convergirem, temos uma chance única de salvar a humanidade do cenário climático catastrófico que temos. G20 avançando da taxação de bilionários e COP 29 agilizando a morosa diplomacia para que o fundo de perdas e danos seja concretizado. Estamos atentos e vigilantes”, torce a ativista.
7 Fe Cortez
Por que não pensar na redução do lixo nosso de cada dia como medida para preservar o meio ambiente? Fernanda Cortez, ou simplesmente Fe Cortez, não somente pensou como pôs em prática um trabalho de conscientização sobre os danos causados pelo excesso de lixo para a preservação do planeta. De quebra, a ativista da regeneração dá dicas de como fazer substituições de material que causam impacto negativos nos ecossistemas.
“O G20 tem um papel crucial porque os países membros respondem por quase 85% do PIB mundial, e pensando que a gente vive num mundo capitalista, é fundamental que as regras desse jogo sejam revisitadas se a gente quiser permanecer vivos enquanto humanidade. E numa economia globalizada, entender e agir dentro dos limites planetários deveria ser regra básica. E para todos. Como ainda não é, quem sabe as lideranças ajam de vez como deveriam agir se estivéssemos diante de um grande colapso, porque estamos. Então eu tenho um misto de esperança com desconfiança do quanto essa será uma reunião potente ou mais um bla bla bla institucionalizado”, pondera ela.
8 Marcos Palmeira
Marcos Palmeira é um outro grande exemplo de que para ensinar é preciso colocar em prática. E é com conhecimento de causa que ele defende a produção no campo de forma orgânica, sustentável e com respeito aos recursos naturais. É com essa filosofia que ele explora uma propriedade rural e exibe, com orgulho, o resultado de uma agricultura sustentável.
“Bom, desenvolvimento sustentável é fundamental, porque a gente está num momento que precisa estancar esse avanço, essa famosa ‘fronteira agrícola’, que já rompeu, essa fronteira já foi rompida, então a gente tem que estancar isso, porque senão o trabalho de regeneração não vai conseguir acompanhar o trabalho de destruição, tem que estancar. Então, é fundamental se pensar no desenvolvimento sustentável no G20. E no programa a gente trouxe o alerta na ‘Era dos Humanos’, trouxe essa consciência de mostrar para as pessoas, de uma forma muito clara, como as nossas ações estão diretamente ligadas ao que está acontecendo na natureza, como a gente interfere diretamente nesse processo, e somos causa desse problema”, disse ele, fazendo referência à série estrelada por ele que aborda a relação do ser humano com os planeta.
A Era dos Humanos
Com roteiro e direção de Iara Cardoso, a série explora o impacto dos pensamentos, intuições, emoções e sentidos sobre o meio ambiente, conectando esses comportamentos humanos aos elementos fundamentais da natureza: Ar, Fogo, Água e Terra.
“A receptividade da série ‘A Era dos Humanos’, com distribuição internacional pelo Amazon Prime Video e no Brasil pelo Globoplay, e as 20 premiações e nomeações no exterior, mostra que este é o momento de falarmos de mudanças climáticas e, por isso, é muito importante que o G20 aborde esta temática e encontre caminhos para mudarmos o curso desta era”, avalia a diretora.
O ator Marcos Palmeira, com sua sensibilidade artística e compromisso com a causa climática, é o guia nessa trama, que acompanha quatro personagens reais – um paraquedista, um brigadista, um mergulhador e uma desbravadora da floresta amazônica – em uma viagem cinematográfica pelos biomas brasileiros.
Explorando a conexão entre a mente humana e os elementos naturais, o Ar é representado pelos extensos rios voadores da Amazônia; o Fogo, pelos grandes incêndios no Pantanal; a Água, pelo incrível banco de Abrolhos na Bahia; e a Terra, pelos imponentes Cânions em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
A produção também conta com vozes influentes que acrescentam profundidade ao enredo. Cientistas e personalidades como Miguel Nicolelis, Carlos Nobre, Thelma Krug e Luciano Huck se unem para refletir sobre como as escolhas feitas pela humanidade são essenciais para moldar um futuro mais sustentável para o planeta.
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