Os muros, paredes e fachadas do Complexo Ver-o-Rio começaram a tomar nova forma desde o dia 18 de outubro, quando 21 artistas visuais deram início à concepção do Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B), uma área de 6 mil m². O trabalho foi finalizado no dia 5 de novembro, com um show de entrega gratuito no dia 10, com o rapper Djonga.

O projeto de valorização da arte urbana chega à sua segunda edição em 2024 e apresenta nomes consolidados do cenário paraense, amazônico e internacional, fazendo do Complexo Ver-o-Rio um dos maiores museus a céu aberto da América Latina. A iniciativa conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Street Art

Além de impulsionar o turismo da arte de rua na capital, com a entrega de uma nova paisagem urbana no Complexo Ver-o-Rio, o projeto surge como um canal de representatividade para os artistas da street art.

“O M.A.U.B vem sendo pensado a longo prazo e Belém precisava de um espaço como esse. Esse segmento da arte precisava de uma representatividade não só dos paraenses, mas principalmente dos artistas da Amazônia. Agora temos um museu de Street Art para chamar de nosso!”, afirma o idealizador e diretor geral da iniciativa, Gibson Massoud.

A escolha dos artistas é feita por meio de edital público. Em 2023, foram 25 artistas e 19 obras inéditas trabalhando durante 63 dias – desses, 20 dias de pintura direto sob o sol, chuva e algumas dificuldades de logística pela grandeza do projeto. “Se eu contar que  tivemos que buscar sprays em Manaus e esperar cinco dias para chegar de barco em Belém, pois nos outros estados vizinhos não tinha mais,  ninguém acredita. Essas são as dificuldades de quem executa projetos na Região Norte do País. Mas eu acredito que no final tudo valeu a pena. Ganhamos um espaço nosso, feito por artistas e produtores daqui. Que mesmo com todas as dificuldades, ainda acreditam que a arte pode mudar a vida das pessoas”, pontua.

A diretora de produção do projeto, Joelle Mesquita, reforça: realizar um projeto de street art em Belém é enfrentar desafios que vão além da arte em si. “A logística, estruturas montadas, o clima…enquanto o artista busca inovar e provocar reflexões. As ruas se tornam uma tela viva, onde lidar com a aceitação do público, questões de espaço e a própria efemeridade da obra são partes do processo. É nesse equilíbrio entre resistência e criatividade que a arte urbana se manifesta, dando voz à cidade e seus habitantes”, finaliza.

Além da exposição e obras inéditas, a iniciativa conta com oficinas de arte urbana ministradas pelos artistas participantes e selecionados no Edital, visitas guiadas durante o mês de novembro e um grande festival no dia da inauguração, marcada para o dia 10 de novembro. A programação de música, arte e esportes, intrinsecamente ligada à cultura urbana, ocorre no Complexo Ver-o-Rio e será totalmente gratuita.

Valorização do grafite

O Museu de Arte Urbana de Belém surgiu em 2023, como uma iniciativa de valorização do movimento do grafite, das artes plásticas e da street art no Pará, oferecendo uma vitrine para exposição de talentos deste segmento artístico.

Assim como uma galeria de artes, as obras apresentadas mudam a cada nova mostra, mas esta edição traz uma notícia importante: um livro com fotos das obras do primeiro ano está em produção para manter viva a criação dos artistas e a história do projeto. As obras também poderão ser conferidas no site do M.A.U.B, em um catálogo online com informações sobre as obras e os artistas.