13/11/2024 - 10:55
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, prometeu nesta quarta-feira (13) em Bruxelas uma “resposta firme” à presença de tropas norte-coreanas no conflito entre Rússia e Ucrânia.
Coincidindo com um ataque balístico russo contra Kiev, Blinken iniciou uma série de encontros em Bruxelas para defender a ajuda à Ucrânia.
O dia começou com uma reunião com o secretário-geral da Otan, Mark Rute.
“Tivemos uma reunião sobre o apoio à Ucrânia (…) e este novo elemento, tropas da Coreia do Norte injetadas na batalha, e agora quase literalmente no combate, o que exige e terá uma resposta firme”, disse o chefe da diplomacia americana.
O governo dos Estados Unidos afirma que tropas norte-coreanas estão mobilizadas em operações de combate na região russa de Kursk, onde o Exército ucraniano iniciou uma ofensiva em agosto e ocupa uma parte do território.
Nesta mesma quarta-feira, o serviço de inteligência da Coreia do Sul afirmou precisamente que os soldados norte-coreanos já “participam em combates” em Kursk, onde foram destacados há duas semanas.
Na sede da Otan, Blinken participou de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte (o principal órgão de tomada de decisão da aliança militar) antes de um encontro rápido com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiga.
O chefe da diplomacia americana disse que os Estados Unidos “contam com nossos aliados europeus para um forte apoio à Ucrânia”.
Blinken também se reunirá com o atual chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e com sua sucessora designada, Kaja Kallas.
Na audiência de confirmação no Parlamento Europeu, Kallas, ex-primeira-ministra da Estônia, enfatizou na terça-feira que a UE deve manter o apoio à Ucrânia “pelo tempo que for necessário”.
A viagem de Blinken a Bruxelas acontece no momento em que Kiev e seus aliados europeus temem que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, interrompa a ajuda ao país.
Trump já conversou por telefone com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. Segundo o jornal Washington Post, ele também falou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, embora o Kremlin tenha negado qualquer conversa entre ambos.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia em apenas um dia, antes mesmo de assumir o poder. Mas ele não explicou como alcançaria o objetivo.
Trump também sugeriu que seu governo poderia limitar a ajuda bilionária à Ucrânia, ao questionar os gastos porque, segundo ele, a guerra está em “ponto morto”.
No front leste ucraniano, a Rússia conquistou centenas de quilômetros quadrados em outubro e ameaça cidades de importância estratégica, como Pokrovsk.
Além disso, o Exército russo intensificou desde o início de outubro os ataques com drones contra a capital ucraniana. Nesta quarta-feira, as tropas de Moscou foram ainda mais longe e lançaram este tipo de dispositivo ao lado de mísseis.
“As Forças Armadas russas lançaram um ataque combinado de mísseis e drones contra Kiev, pela primeira vez em 73 dias”, destacou a administração militar da capital.
O ataque durou mais de duas horas, mas não provocou mortes graças aos sistemas de defesa antiaérea, acrescentaram as autoridades militares.
O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta acelerar a entrega de ajuda militar à Ucrânia e pretende implementar mecanismos para que os europeus assumam o controle do auxílio.
Atualmente, restam 9,2 bilhões de dólares da verba orçamentária aprovada há alguns meses.
Do total, 7,1 bilhões de dólares procedem das reservas de armas americanas e 2,1 bilhões devem financiar contratos de compra de armas, segundo o Pentágono.
Fontes do governo em Washington anteciparam que a administração pretende utilizar toda a verba.
A ministra alemãs das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, fez um alerta sobre o risco de Putin aproveitar a transição política nos Estados Unidos para seu benefício.
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