O jornal estadunidense “The New York Times” afirmou em seu editorial nesta quarta-feira, 6, que a eleição de Donald Trump foi uma “escolha perigosa” e representa uma “ameaça à nação”.

Para o veículo de comunicação, o Trump como presidente dos EUA pode levar o país para um “caminho precário que não pode ser previsto”. Também afirmou que as medidas de proteção constitucionais, pensadas pelos fundadores dos EUA em caso de “eleição autoritária”, devem ser defendidas pelos estadunidenses.

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No sábado, 2, o jornal – que declarou apoio a candidatura de Kamala Harris – disse que os eleitores deveriam “votar para acabar com a Era Trump”, e destacou que o republicano era “inapto para liderar” e que “representa uma ameaça à democracia”.

A vitória de Trump, para o NYT, aponta “falhas profundas” que não podem ser ignoradas e demonstra que o eleitorado está profundamente insatisfeito com as instituições estadunidenses, além dos problemas com preços altos e imigração.

O jornal ainda relembrou que o republicano atacou as instituições quando perdeu o pleito de 2020 para Joe Biden. “Os americanos sabem como combater os piores instintos de Trump porque o fizeram, repetidamente, durante sua primeira administração”, afirmou.

“Nos próximos quatro anos, os americanos devem ter clareza sobre a ameaça à nação e às leis que virão do seu 47º presidente e estar preparados para exercer seus direitos em defesa do país, das pessoas, das leis, instituições e valores que o mantiveram forte”, completou.

O veículo destacou que o partido democrata precisa compreender o porquê de ter perdido as eleições, e destacou que uma das falhas da legenda foi “demorar demais” para reconhecer que Biden estava inapto para concorrer ao segundo mandato. Outro problema foi a “dificuldade de enviar uma mensagem persuasiva que fosse ouvida por americanos dos dois partidos que perderam a fé no sistema”.

Por fim, o NYT alertou que o presidente eleito deve pedir aos indicados a altos cargos que façam “atos ilegais que violem os juramentos à Constituição”. Pedimos que essas pessoas reconheçam que, independentemente de qualquer juramento de lealdade que ele [Trump] possa exigir, a lealdade deles deve ser, em primeiro lugar, ao seu país.”

“A eleição de Trump representa uma grave ameaça à república, mas ele não determinará o destino da democracia americana a longo prazo. Isso continua nas mãos do povo americano. Esse é o trabalho para os próximos quatro anos”, concluiu.