04/11/2024 - 15:06
O produtor musical americano Quincy Jones, falecido aos 91 anos no último domingo, 3, em Los Angeles, foi o grande responsável por uma trilha para comercial que ficou na cabeça de uma geração de brasileiros, sobretudo daqueles apaixonados por futebol.
A música, que se tornou um referencial da Copa do Mundo de 1998, realizada na França, foi produzida para um comercial da Nike, que mostra jogadores da seleção brasileira e de tantas outras seleções em peladas na praia.
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A peça instrumental “Soul Bossa Nova” foi o som que estourou no comercial que tinha como destaque ninguém menos que Ronaldo, que acabava de ganhar o apelido de Fenômeno, e que estava plena forma. O então atacante da Inter de Milão havia sido reserva na vitoriosa seleção brasileira de 1994, aos 17 anos, e estava embarcando, no Mundial seguinte, como uma promessa.
No comercial embalado pela produção musical de Quincy Jones, outros jogadores daquela seleção de de outros países jogam um dia todo, depois continuam à noite e só param na manhã seguinte, quando a bola cai num caminhão de lixo em movimento.
Ronaldo brilhou naquela Copa, mas sofreu uma convulsão na partida final contra o time da casa.
A história de “Soul Bossa Nova” começou bem antes, em e foi gravada em 62, em Nova York, quando a bossa-nova, ritmo tão brasileiro, estourou nos EUA. Ela faz parte do 7º álbum de Quincy Jones, “Big Band Bossa Nova”, lançado pela Mercury Records, em 1963.
Jones personificou grande parte da história da música: na adolescência foi amigo de Ray Charles, mais tarde foi diretor musical de Dizzy Gillespie, arranjador de Ella Fitzgerald e comandou a última grande apresentação de Miles Davis, que virou o álbum “Miles & Quincy: Live at Montreux”.
Nascido em Chicago, Quincy Jones produziu de Aretha Franklin a Celine Dion. E provocou um terremoto cultural ao lançar a carreira solo do jovem Michael Jackson, um casamento musical que produziu “Thriller” e mudou o pop para sempre.
“Quincy fez de tudo. Ele foi capaz de mostrar sua genialidade em qualquer tipo de som”, declarou o pianista de jazz Herbie Hancock ao canal PBS em 2001.