Golpe do Ozempic: pessoas passam mal após usarem medicamento falsificado

Caixa de Ozempic

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um novo golpe contra pacientes e farmácias. De acordo com reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, criminosos trocam canetas de Ozempic por falsificadas, fazendo com que os clientes passem mal ao fazer a aplicação da maneira incorreta. Uma das vítimas foi parar na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

O Ozempic é um dos medicamentos mais vendidos hoje em dia em todo o mundo. O medicamento é usado por pessoas com diabetes tipo 2, no entanto, algumas pessoas usam a caneta injetável para perder peso. O efeito colateral do medicamento é a diminuição do apetite, pois cada clique da caneta libera uma dose de semaglutida.

A reportagem ouviu pessoas que caíram no golpe e tiveram problemas de saúde decorrentes do ocorrido. Uma mulher, por exemplo, estava usando a medicação havia oito meses. Segundo o relato dela, depois de 15 minutos após administrar a dose, ela precisou ser levada ao hospital. No lugar da semaglutida, a caneta tinha, na verdade, a insulina, que tira a glicose do sangue.

A caneta do Ozempic original tem uma cor azul clara e uma parte interna cinza claro. O botão para a aplicação também é cinza. Já a caneta de insulina, tem cor azul escuro e, por dentro, ela é laranja. O botão também é laranja. Os golpistas, geralmente, colam um adesivo no medicamento, dizendo que ele é “novo” para despistar sobre as diferenças.

O golpe, normalmente, começa com alguém ligando para a farmácia e pedindo a entrega de cinco ou seis canetas da medicação. Quando o entregador chega ao local, ele é abordado pelo “cliente”. Geralmente, a pessoa nem mora no local e está perto de um carro. Ela afirma estar de saída e coloca a sacola dentro do carro.

Ao tentar fazer o pagamento, o cartão não passa. O “cliente” tenta usar vários cartões, mas nenhum funciona. Enquanto isso, uma pessoa que está escondida dentro do carro faz a troca da medicação original pela falsa. Então, o golpista finge desistir da compra e devolve a sacola ao entregador, que vai embora para a farmácia com a caneta de insulina em vez da caneta de semaglutida.

Em outros casos, a troca é feita no balcão da farmácia. O “cliente” pede o medicamento e, quando ele já está com ele em mãos, o golpista pede por mais produtos para distrair o farmacêutico. Quando ele volta, a troca já foi feita e a pessoa “desiste” da compra. Em nota enviada ao programa, a Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que “já ouviu vítimas e testemunhas, e que as investigações estão em andamento.”