01/11/2024 - 10:08
Por David Latona e Charlie Devereux
ALFAFAR, Espanha (Reuters) – Equipes de resgate espanholas abriram um necrotério temporário em um centro de convenções e lutavam para chegar a áreas ainda isoladas, nesta sexta-feira, quando o número de mortos em decorrência de enchentes catastróficas subiu para 205 pessoas no pior desastre climático da Europa em cinco décadas.
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Em Valência, a região leste que sofreu o maior impacto da devastação, pelo menos 202 pessoas morreram, segundo as autoridades regionais. Três morreram em Castilla La Mancha e Andaluzia.
O número de mortos agora está quase no mesmo nível dos 209 que morreram durante as fortes enchentes na Romênia em 1970. As enchentes em Portugal em 1967 mataram quase 500 pessoas.
Cerca de 500 soldados foram destacados para procurar pessoas ainda desaparecidas e ajudar os sobreviventes da tempestade, que desencadeou um novo alerta meteorológico em Huelva, no sudoeste da Espanha.
É provável que o número de mortos continue a aumentar, com dezenas de pessoas ainda não contabilizadas, disse Angel Victor Torres, ministro responsável pela cooperação com as regiões da Espanha, em uma coletiva de imprensa na noite de quinta-feira.
Com cerca de 75.000 residências ainda sem eletricidade, os bombeiros estavam retirando gasolina dos carros que foram abandonados nas enchentes para abastecer os geradores de energia e restabelecer o abastecimento doméstico.
“Estamos indo de carro em carro à procura de qualquer gasolina que possamos encontrar”, disse um bombeiro que viajou da região sul da Andaluzia para Valência para ajudar nos esforços de resgate, carregando um tubo de plástico e garrafas vazias para coletar a gasolina dos tanques dos carros.
Um ano de chuva caiu em apenas oito horas na noite de terça-feira, destruindo estradas, trilhos de trem e pontes enquanto os rios transbordaram.
(Reportagem de David Latona, Raul Cadenas, Eva Manez e Ana Cantero)