O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que houve um acordo para que o PT (Partidos do Trabalhadores) apoiasse a candidatura de Hugo Motta (Republicanos) para a liderança da Casa. Em troca, a legenda deve indicar um representante a uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).

Em entrevista à “Folha”, Lira disse que o PT reclamou de politicamente nunca ter tido um representante no TCU. Com a aposentadoria de dois ministros do tribunal, duas vagas ficarão abertas até 2027, e a indicação de novos nomes pela Câmara entrou nas negociações.

O presidente da Câmara dos Deputados destacou que atuou para construir uma candidatura que unificasse e pudesse convergir. “[…] A princípio tinham três candidatos, que votaram comigo duas vezes com retidão, com anos de parceria. […] Num momento, ficou claro que a Casa queria uma oportunidade de ter um candidato mais do meio. Durmo com tranquilidade de que tudo que está acontecendo é fruto de muita confiança entre partidos e deputados, que vão amadurecendo para saber diferenciar a luta administrativa dentro da Casa das lutas ideológicas por pautas e por bandeiras no plenário”, completou.

Questionado sobre a fala do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA) de que houve traição e deslealdade – visto que ele era cotado para ocupar a vaga –, Lira afirmou que pretende “trabalhar 24 horas para que isso seja superado. Mantenho o meu sentimento por ele de muita amizade”.

Em outro momento, ele abordou o acordo firmado com o PT. “[…] A minha relação dentro da Casa com os deputados do partido é antiga. […] O PL e o PT estão no bloco majoritário e vão ficar juntos no mesmo bloco agora da segunda mesa […]”, disse.

Para Lira, a solicitação do PT para a vaga no TCU é ilícita. “Eles reclamaram politicamente que nunca tiveram um representante no TCU e, quando tiveram candidatos, não tiveram êxito no plenário, que é a segunda etapa”, finalizou.