A operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (31) em Trancoso, balneário conhecido de Porto Seguro, litoral Sul da Bahia, rende controvérsias até esta noite. Policiais prenderam, novamente, um investigado por tráfico internacional de drogas flagrado em 2021 com 2 toneladas de cocaína em Fortaleza. Ocorre que, ao contrário do divulgado pela nota oficial da PF em seu site (https://shorturl.at/QrLCE ) nenhum dono de pousada e hotel da vila reconhece o detido como proprietário de “hotel de alto padrão” conforme citado pela assessoria de imprensa da corporação.

A Coluna apurou que o alvo vive numa mansão na vila, com três chalés no terreno, onde, segundo contam moradores da região, ele recebe visitas e familiares. E que teria também outras casas, mas nenhuma pousada ou hotel com CNPJ ou que as propriedades atendem turistas. A divulgação em sites de notícias de que ele é dono de um “hotel de luxo” na vila revoltou diretores de estabelecimentos do setor, que soltaram nota de repúdio (_leia abaixo_).

Questionada pela reportagem se houve desencontro de informações sobre a casa de luxo onde vive confundida com um hotel, ou se há informes na investigação de um hotel de luxo operado pelo detido em nome de terceiros, a PF optou por ser protocolar na resposta – mesmo informada sobre a nota de repúdio de hoteleiros de Trancoso.

A assessoria de imprensa da PF na Bahia se limitou a informar que não pode passar detalhes da operação. “A PF não vai se manifestar sobre isso, inclusive, não podemos passar dados pessoais dos alvos da operação. As investigações seguem sob sigilo, por isso, não estamos autorizados a dar entrevistas ou passar maiores informações”, informou a assessoria.

Hoteleiros da vila estão confusos com a informação e revoltados. Porque a notícia rodou o país e está provocando questionamentos de hóspedes que já fizeram reservas, na maioria dos estabelecimentos, sob risco de prejuízos.

Abaixo, a nota de repúdio dos hoteleiros e pousadeiros de Trancoso:

Nota de Repúdio

A comunidade de Trancoso, empresários e representantes do setor turístico vêm a público manifestar sua indignação e repúdio pela veiculação irresponsável de informações falsas por diversos portais de notícia, que publicaram, sem a devida apuração, a suposta prisão de um “dono de hotel de luxo em Trancoso” como parte de uma operação policial. Reiteramos que o cidadão mencionado não possui qualquer empreendimento hoteleiro em Trancoso. Ele é apenas proprietário de uma residência na região e possui uma trajetória profissional ligada à pesca e ao mergulho, sem qualquer relação com atividades hoteleiras.

Essas reportagens imprecisas e sensacionalistas, especialmente às vésperas da temporada de verão, são extremamente prejudiciais para o turismo local. A responsabilidade ética dos veículos de comunicação é fundamental para preservar a imagem de destinos turísticos como Trancoso. A publicação de dados inverídicos, sem confirmação adequada, compromete a segurança e a credibilidade da região, desencorajando turistas e gerando desconfiança.

Reforçamos que Trancoso segue como um destino seguro e acolhedor para todos os visitantes. Pedimos às autoridades que intensifiquem as ações de segurança pública, e, paralelamente, solicitamos aos veículos de comunicação que revisem e corrijam suas matérias, reconhecendo o erro e assumindo o compromisso com a veracidade”.