A Policia Federal deflagrou neste sexta-feira, 25, a operação “Discalculia”, que cumpriu mandados contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e assessores.

De acordo com um documento ao qual o site IstoÉ teve acesso, a PF aponta que Gayer supostamente utilizava cota parlamentar para alugar um espaço, que além de servir de gabinete político do deputado, também abrigava a escola de inglês Gayer Language Institute e as atividades presenciais da loja “Desfazueli”, do filho dele.

“O levantamento da Polícia Federal constatou que, o espaço físico (…) locado com cota parlamentar seria utilizado não só para funcionamento da escola de inglês Gayer e Gayer Idiomas, mas também para o desempenho das demandas referentes à Loja Desfazueli.”

Os valores mensalmente pagos por meio de cota parlamentar variam, desde fevereiro de 2023, de R$ 6.000,00 a R$ 6.500,00, aponta a polícia.

“Ao direcionar a verba parlamentar para assunção de tais encargos, para além da irrefutável tredestinação da res publica, o parlamentar acaba por desequilibrar o ambiente concorrencial do setor, ante a matemática e objetiva posição de vantagem que se colocou.”

Atos antidemocráticos

A PF diz que Gayer também contribuiu para “movimentar e direcionar” recursos em favor dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

As investigações evidenciam a utilização de uma empresa, em nome de João Paulo, a “Goiás Online”, para viabilizar o recebimento de recursos públicos indevidos. O estabelecimento do filho do deputado, Gustavo Gayer, a “Loja Desfazueli”, era outro ponto central da ação.

A PF diz que Gayer estava disposto a contratar João Paulo para a função de secretário parlamentar, mas que não foi possível por conta da “inexibilidade de João em razão de ter tido prestação de contas eleitoral julgada omissa”.

No entanto, o documento da PF afirma que João recebeu, por meio de sua empresa, o valor total de R$ 24 mil, em três parcelas de R$ 8 mil, em março, abril e maio de 2023.

João Paulo, no Facebook, aparece em vídeos ao lado de Gayer. Além disso, ele apoiou o deputado à Prefeitura de Goiânia em 2020 e a deputado federal, em 2022.

O companheiro do deputado também estava presente nos atos antidemocráticos.

Gustavo Gayer

Em sua página no Instagram, o parlamentar confirmou que foi acordado com a porta de sua casa sendo esmurrada por agentes federais, “sofri busca e apreensão da Polícia Federal a mando de Alexandre de Moraes”.

Ele ressalta que o inquérito está sob sigilo e foi aberto no dia 24 de setembro.

“Eu nunca fiz nada de errado, nunca cometi nenhum crime, mas estou sendo tratado como um criminosos pela Polícia Federal e pelo Alexandre de Moraes.”

Matéria em atualização*