O desembargador José Ernesto Manzi foi afastado por 60 dias pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após ofender uma advogada durante sessão virtual, sem perceber que estava com o microfone ligado. A decisão foi tomada na última sexta-feira, 11.

O caso aconteceu em 2020 em audiência da 3ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina, quando Manzi disse: “Isso, faz essa carinha de filha da puta que você já vai…”, para se referir à advogada Quezia Gonzales, que fazia sustentação oral no momento da ofensa.

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Procurado pelo site IstoÉ, o Conselho Nacional de Justiça confirmou a informação de que o desembargador José Manzi foi afastado do cargo. “Por unanimidade, julgou procedente o processo administrativo disciplinar em desfavor do magistrado processado; [..] por maioria, decidiu pela aplicação da pena de disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço pelo prazo de 60 (sessenta) dias”, declarou o órgão.

Em 2021, um processo de investigação de conduta foi aberto pelo CNJ contra Manzi, porém o conselheiro-relator do caso, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, propôs apenas a aplicação de uma advertência. A também conselheira Renata Gil de Alcantara Videira, contudo, ressaltou o teor “intrinsecamente misógino” da ofensa e discordou da sugestão do relator.

Também questionado pelo site IstoÉ, o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) informou que não cabe ao órgão, como integrante do Poder Judiciário, manifestar-se sobre as decisões jurídicas, apenas cumpri-las. “Reforçamos, outrossim, que posicionamentos individuais e pontuais dos magistrados não refletem o comportamento geral da corte, que preza pelo respeito a todas as operadoras e os operadores do Direito”, reforçou o Tribunal.

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