Estrela de “One Tree Hill“, a atriz Bethany Joy Lenz, 43 anos, falou pela primeira vez sobre o que viveu nos quase dez anos em que fez parte de uma seita e o que precisou fazer para conseguir escapar do grupo.

Em entrevista para a revista People, publicada nesta terça-feira, 15, ela relembrou como passou a integrar o grupo religioso, ainda durante as filmagens da série.

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Naquela ocasião, Bethany tornou-se devota de um pequeno grupo cristão de Idaho, nos Estados Unidos, comandada por um pastor, que passou a controlar sua carreira, suas escolhas de vida e até mesmo sua conta bancária.

A atriz contou que cresceu como evangélica e conheceu o pastor da seita em um estudo bíblico pouco depois de se mudar para Los Angeles, quando procurava um ambiente em que pudesse se sentir acolhida.

“Nós buscamos esse tipo de intimidade. A ideia de alguém que diga: ‘Não importa o que você faça, ou quão mal você se comporte, ou quais escolhas idiotas você fez, eu ainda te amo e estou aqui por você”, esclareceu a atriz.

Bethany diz que se casou dentro da seita e passou a promover mudanças em sua vida.

“Eles eram meus únicos amigos, eu me casei nesse grupo, eu construí toda minha vida ao redor disso, eu desisti de muito da minha carreira por causa disso”, confessou. “Se eu admitisse que eu estava errada, todo o resto desmoronaria”, completou.

A atriz contou que os colegas de “One Tree Hill” também consideravam a situação estranha.

“Eu podia ver nos seus rostos. Mas eu explicava: ‘Eu não poderia estar em uma seita. É só que eu tive acesso a um relacionamento com Deus e com as pessoas de uma maneira que todos querem, mas não sabem como conseguir'”, relembrou ela.

Um dos colegas da série, o ator Craig Sheffer, chegou a dizer que ela estava em uma seita, mas ela preferiu ignorar o alerta.

“Eu estava tipo: ‘Não, não, não. Seitas são bizarras. Seitas têm pessoas em robes dizendo coisas loucas e bebendo… Não é isso o que fazemos'”, respondeu ela na ocasião.

Em 2012, Bethany decidiu deixar o grupo e se divorciar quando a filha tinha um ano.

Agora, ela conta que resolveu revelar tudo o que ela viveu nos 10 anos em que fez parte da seita para tentar ajudar outras pessoas.

“Não acho que [falar sobre] é algo corajoso. Eu penso nisso como algo importante. Viver em silêncio com o sofrimento que eu vivi não sei se isso ajuda alguém. Eu acho mais que isso é a coisa certa a se fazer”, analisa ela.

A história da atriz com o grupo religioso foi relatada em sua autobiografia, “Dinner For Vampires”, que tem lançamento previsto para o final deste mês.