Ao menos seis pacientes que estavam na fila do transplante da SES-RJ (Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro) testaram positivo para HIV após receberem com órgãos infectados.

Segundo a “BandNews”, A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério Público investigam o caso, pois os exames de sangue feitos nos doadores apresentaram um falso negativo.

Os testes foram realizados na empresa PCS laboratórios, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O grupo foi contratado em dezembro de 2023 de forma emergencial pela SES-RJ. O caso veio à tona no dia 10 de setembro, quando um paciente transplantado foi a um hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado positivo para HIV, ele não tinha o vírus antes do procedimento.

Amostras dos órgãos doados pela mesma pessoa foram analisadas e constatou-se outros dois casos positivos para o vírus. Dias depois, houve a notificação de que mais um receptor de órgãos teve o exame de HIV positivo após o transplante.

Na quinta-feira, 10, técnicos da Anvisa foram ao PCS laboratórios e constataram que não havia kits para a realização dos exames de sangue, o que leva a crer que os resultados negativos dos doadores tenham sido forjados. Até a suspensão do contratado da SES-RJ com o grupo, que ocorreu em setembro deste ano, mais de 500 transplantes foram realizados.

Em nota enviada ao site IstoÉ, a SES afirmou que considera o caso inadmissível, e uma equipe multidisciplinar foi criada para atentar as pessoas afetadas, além disso, medidas foram adotadas para garantir a segurança dos transplantados.

Confira a íntegra da nota:

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.  Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.

Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.”