SÃO PAULO, 9 OUT (ANSA) – O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, destacou nesta quarta-feira (9) as possibilidades de cooperação do país europeu com o Brasil nos mercados de energia nuclear, agricultura, infraestrutura e indústria do esporte.   

“O governo italiano quer fazer mais na América Latina e no Brasil, país do qual não podemos estar longe, já que é o primeiro mercado dos investimentos diretos italianos na região”, destacou o político durante o Fórum Empresarial Brasil-Itália, em São Paulo.   

No evento, que reuniu mais de 300 empresários brasileiros e italianos, além de autoridades, Tajani ressaltou as possibilidades de cooperação entre as duas nações.   

“Queremos ser os intermediários do Brasil na União Europeia.   

Podemos oferecer segurança jurídica e oportunidades de investimentos na Itália”, disse o vice-premiê, acrescentando que espera que as “mensagens positivas do evento se transformem em ações concretas”.   

Além do vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, o evento também teve as participações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que destacou os indicadores macroeconômicos brasileiros, entre os quais a alta de 3,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano.   

Já o diretor-geral da Italian Trade Agency (ICE-ITA), Lorenzo Galanti, destacou a importância da agência ao dizer que ela “permanece firmemente comprometida em promover a excelência italiana e construir sólidas relações comerciais”, o que contribui “para o crescimento e a competitividade das empresas italianas no Brasil”.   

“Observando os dados dos primeiros sete meses de 2024, há sinais de melhoria nas relações comerciais entre Itália e Brasil. As exportações italianas aumentaram para 3,42 bilhões de euros, com um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023. Por outro lado, as importações do Brasil somam 2,8 bilhões de euros, com uma leve diminuição de 3%. O intercâmbio total entre Itália e Brasil soma 6,2 bilhões de euros, com um crescimento de 3,8% em relação ao período correspondente em 2023”, destacou Galanti.   

O diretor ainda destacou que “a presença italiana no Brasil está longe de ser negligenciável. Em 2023, o estoque de investimentos italianos no país somava 13,2 bilhões de euros, com concentração nos setores de eletricidade e gás, na indústria de transformação e nos serviços de telecomunicações”.   

Galanti ainda fez questão de lembrar que “um aspecto fundamental da presença italiana no Brasil é representado pela dimensão cultural.   

O Fórum Empresarial Brasil-Itália ainda foi importante para o fechamento de vários acordos entre os dois países. O primeiro deles foi um memorando de entendimento entre Cassa Depositi e Prestiti, banco de desenvolvimento do governo Italiano, SACE, agência de seguros e de crédito à exportação, e o Banco do Brasil para um acordo de parceria e possível financiamento ao banco brasileiro com o objetivo de apoiar sua carteira de projetos ESG, bem como projetos de reconstrução do Rio Grande do Sul e de fortalecimento do comércio exterior entre os clientes do Banco e a cadeia de fornecimento italiana.   

Outro foi um acordo entre a Valente, empresa italiana especializada na engenharia e fabricação de diversos componentes ferroviários e de mineração, e a Imetame Logística Porto, grupo brasileiro atuante em diversas áreas, para a realização de obras de infraestrutura no porto de Aracruz, no Estado do Espírito Santo.   

E, por fim, um memorando de entendimento entre a agência italiana de promoção de exportações SIMEST e a INVEST SP, agência de promoção de investimentos e competitividade de São Paulo, para reforçar a colaboração entre a Itália e São Paulo, favorecendo a troca de informações e a exploração de oportunidades mútuas de conhecimentos e experiências entre as instituições. (ANSA).