02/10/2024 - 17:14
O dólar era negociado em alta ante os principais pares nesta quarta-feira, 2, com uma forte valorização ante o iene após notícias de que o novo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, não vê condições no país apropriadas para outro aumento da taxa de juros pelo Banco do Japão (BoJ, em inglês). A moeda norte-americana recebeu ainda o suporte de dados acima do esperado de emprego nos EUA e de influxo de investidores em busca de ativos seguros diante de tensões no Oriente Médio, à medida que Israel ameaça retaliar o Irã por ataques.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,48%, a 101,677 pontos. O dólar se valorizava a 146,48 ienes às 16h50 (de Brasília). O euro cedia para US$ 1,1051, enquanto a libra era cotada em baixa, a US$ 1,3273.
O iene cedia após as notícias sobre o encontro de Ishiba com o presidente do BC japonês, Kazuo Ueda. O novo premiê disse esperar que a continuação das condições monetárias acomodatícias apoie o crescimento econômico do Japão, segundo a Kyodo News. Na mesma linha, o novo ministro da Economia do país, Ryosei Akazawa, disse que o BOJ deve considerar cuidadosamente quaisquer aumentos adicionais de taxas de juros, com objetivo de evitar o risco de esfriar muito a economia.
Outro suporte para o dólar veio do relatório ADP, com vagas criadas acima do esperado, ampliando a expectativa sobre o payroll, que sai sexta-feira. Na visão do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin, o mercado de trabalho saudável é um dos fatores que mantém a dificuldade para se declarar vencida a batalha contra a inflação.
O euro recuava em meio a apelos por um alívio monetário na zona do euro. Nesta quarta-feira, o dirigente do BCE e presidente do Banco de Portugal, Mario Centeno, disse que o atual estado da economia da zona do euro necessita de um corte na taxa de juros. Já a dirigente do BCE Isabel Schnabel afirmou que uma redução gradual nos juros deve apoiar o crescimento da zona do euro no médio prazo, ainda que seja insuficiente para resolver problemas estruturais.