Arthur Henrique (MDB) foi reeleito prefeito de Boa Vista neste domingo, 6, depois de obter 75,30% dos votos válidos no primeiro turno da eleição na capital roraimense. Seu novo mandato começa em 1º de janeiro de 2025 e vai até 31 de dezembro de 2028, sem possibilidade de renovação.
O feito aconteceu com 79,21% das urnas apuradas. Catarina Guerra (UNIÃO) ficou em segundo lugar com 22,76% dos votos.
Nascido em agosto de 1981, em Boa Vista, o mandatário trabalhou em multinacionais de tecnologia até ingressar na política, em 2013, como secretário de Inclusão Digital da capital roraimense, na gestão de Teresa Surita (MDB). Em 2016, foi convidado por Surita para ser seu vice na eleição daquele ano, em que ambos se elegeram. Seguiu no posto até o final do segundo mandato da experiente política local, em 2020.
Naquele ano, foi apoiado por ela para a sucessão na prefeitura e se elegeu no segundo turno, com 85,36% dos votos. Com a reeleição neste domingo, consolidou a sétima vitória seguida do grupo político de Surita e do ex-senador Romero Jucá (MDB), ex-marido dela, para a prefeitura de Boa Vista.
Para Roberto Ramos, cientista político e pesquisador do Legal (Laboratório de Estudos Geopolíticos, o primeiro mandato de Henrique foi marcado pela “continuidade” da administração da ex-prefeita.
“Arthur manteve uma relação próxima com a ex-prefeita e alguns integrantes de seu governo seguiram na prefeitura. Não houve um esforço para consolidar uma marca própria na gestão. Ele tem um bom potencial de futuro político, mas uma questão a ser observada neste segundo mandato é sua capacidade de andar com as próprias pernas em termos eleitorais”, disse ao site IstoÉ.
No mandato, investiu na urbanização de Boa Vista, realizando obras estruturais, como drenagem, construção de calçadas e asfaltagem, com foco em bairros mais populosos e pobres da cidade. Preservando a imagem de “zelador” comum a prefeitos que não se associam a forças políticas nacionais, evitou posições sensíveis, o que gerou críticas pela falta de engajamento em relação ao conflito entre comunidades indígenas e garimpeiros — problema histórico do estado.
“Suas falas e forma de gerir são direcionadas às questões do município. É um político que evita entrar em rotas de colisão“, disse Ramos.
Henrique encerra o primeiro mandato com alta aprovação popular e conseguiu desfalcar a chapa de sua principal concorrente, Catarina Guerra (União), que encerrou a eleição com XX% dos votos válidos, ao atrair o apoio de Jair Bolsonaro (PL), que teve 74,19% dos votos na cidade no segundo turno eleições de 2022. O ex-presidente indicou para Marcelo Zeitoune (PL), tenente-coronel do Exército e médico ortopedista — teve Bolsonaro como paciente –, agora vice-prefeito eleito de Boa Vista, para compor a chapa do prefeito.