A famosa revista francesa Paris Match passou, nesta terça-feira (1) das mãos de um magnata conhecido por suas opiniões conservadoras, Vincent Bolloré, para as mãos do bilionário Bernard Arnault, proprietário do grupo de luxo LVMH.

A venda, avaliada em 120 milhões de euros (cerca 735 milhões de reais na cotação atual), causou surpresa na França quando foi anunciada em fevereiro.

Com 75 anos de história e uma circulação de 440 mil exemplares, a Paris Match passará a integrar o grupo de mídia Les Échos-Le Parisien, dois jornais já controlados pelo grupo LVMH.

A gigante do setor de luxo não revelou seus planos para a revista, que nasceu como uma versão francesa das publicações americanas, como a Time.

A Paris Match “será uma entidade jurídica separada e terá verdadeira autonomia, ao mesmo tempo em que se beneficiará de nossa administração e da circulação” dos jornais Les Échos e Le Parisien, explicou Pierre Louette, presidente do grupo de mídia.

Até esta terça-feira, a Paris Match, dirigido por Jérôme Béglé, era parte do grupo Lagardère.

Quando Vincent Bolloré comprou a Lagardère no final de 2023, ele teve que se separar da Paris Match devido ao grande endividamento do grupo de mídia.

A equipe editorial da Paris Match terá que se mudar para “uma nova sede em Paris” no próximo ano, de acordo com uma mensagem interna do grupo à qual a AFP teve acesso.

O grupo Bolloré é acusado pela esquerda de promover ideias de extrema direita, enquanto o grupo LVMH é conhecido pelo controle rigoroso de sua política de comunicação, que inclui, segundo o boletim informativo especializado La Lettre, uma “proibição absoluta” de falar com sete meios de comunicação franceses.

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