Filme de estreia da diretora Adriana MirandaEu Sou Neta dos Antigos chega ao Festival do Rio – 26º Festival Int’l Film Festival na seleção especial da Mostra O Estado das Coisas. O documentário em longa-metragem acompanha Kelliane WapichanaGuardiã de Sementes Nativas, Tuxaua geral do movimento de mulheres indígenas de Roraima e coordenadora do Conselho Indígena de Roraima, em viagem que percorre terras ancestrais para promover a autonomia e a segurança alimentar de povos originários, além de contribuir para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Travessia que cruza a Terra Indígena Raposa Serra do Sol pela preservação de sementes nativas.

“As sementes carregam em si a essência da identidade indígena, que não pode ser perdida. Carregam a história do seu povo, sua herança de vida, luta e conquistas.” Kelliane Wapichana

Com sessões no Estação Net Gávea, no Shopping da Gávea, dia 9/10 (4ª feira), às 18h15 (para convidados, com a presença de Kelliane Wapichana, Marileia Macuxi  e equipe), e no Estação Net Rio, em Botafogo, nos dias 10/10 (5ª feira), às 19h, e 11/10 (6ª feira), às 14h (abertas ao público), o road movie Eu Sou Neta dos Antigos (75min, 2024) costura registros que convidam à reflexão com trechos de denúncias sobre violências praticadas na região e, ainda, a sabedoria ancestral em comunhão com paisagens únicas. Enquanto Kelli nos conduz por terras indígenas de Roraima, entre feiras de sementes e plantações, compreendemos também a preservação de sua essência, do que significa ser indígena.

“Busquei destacar o protagonismo indígena na preservação ambiental. Sem essa preservação, não há futuro sustentável e habitável para o nosso planeta. Kelliane Wapichana exemplifica essa prática em sua essência, ao difundir o uso da agroecologia e contribuir para a restauração da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas.” reflete a diretora.

A travessia do filme cruza a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, um vasto território homologado de aproximadamente 1,7 milhão de hectares, considerado uma das regiões mais belas do país.

Seu relevo diversificado reúne montanhas, florestas tropicais, savanas amazônicas, rios, lagos e cachoeiras – um cenário de grande beleza e biodiversidade.

Partindo de Boa Vista, o filme segue com Kelliane por mais de 10 horas de viagem, parando nas comunidades Raimundão, Barro, Willimon e Água Fria, até chegar à isolada Pedra Preta, o destino final. Na caminhada, encontros com lideranças locais, como Cacilda da Silva, Pajé Mariana Tobias, Lucia Abelardo e Marileia Macuxi.

Com rituais de proteção, troca sementes e saberes, a Guardiã faz participa de celebrações pela colheita, mas também ouve relatos pungentes de violências e enfrenta o risco de embates com garimpeiros ou organizações indígenas pró-garimpo. Uma jornada cravejada de perigos e lutas, mas que vislumbra a esperança da preservação de um modo de vida ancestral.

“Eu Sou Neta dos Antigos busca ampliar a consciência agroecológica, principalmente em relação às sementes nativas, verdadeiras guardiãs do futuro na Terra. Elas garantem também a produção de alimentos diversificados e saudáveis, fortalecendo a agricultura familiar e a autonomia das comunidades. Representam a melhor aposta para uma boa qualidade de vida”, declara Adriana Miranda, que acompanhou Kelliane Wapichana pela região.

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Uma guardiã de sementes nativas percorre terras ancestrais de Roraima para defender o território e a autonomia de povos originários.

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A jornada da Kelliane Wapichana por terras indígenas de Roraima, que, a despeito das ameaças constantes, segue lutando pela preservação e multiplicação das sementes nativas, fundamentais para o equilíbrio ecológico do seu território e da Terra.

Sinopse

Percorrendo as terras dos netos de Makunaimi, o filme acompanha Kelliane Wapichana em uma jornada para a preservação de sementes nativas. Seu trabalho é fundamental para a promoção da autonomia, segurança alimentar e resiliência climática. Ao longo do percurso, as paisagens revelam o cotidiano de sangue, resiliência e luta de seus parentes, assim como a magia e a renovação da esperança, enquanto testemunhamos saberes de sustentabilidade e fé.