O debate promovido pela Record manteve um nível mais harmônico, com poucos ataques e provocações, mas marcado por fuga das perguntas, sem direitos de resposta e Pablo Marçal (PRTB) ignorado pelos adversários. Em pleno sábado à noite, os postulantes mantiveram nivelados os ataques, não esquecendo das propostas.

Dividido em três blocos, o debate teve dois confrontos diretos entre os candidatos e um trecho do primeiro bloco com perguntas de jornalistas. Devido ao tempo, o segundo bloco foi cortado pela metade, sem a participação de profissionais da emissora.

Como todo debate, ataques foram feitos, sendo que a maioria das miras foi apontada para Ricardo Nunes (MDB). Logo no começo, Pablo Marçal acusou Nunes de desvios em creches, que rebateu ao citar a condenação por furto qualificado.

Não bastasse o enfrentamento entre eles, Marçal utilizou o seu tempo de resposta na pergunta de Marina Helena (Novo) e até fez uma dobradinha improvável com José Luiz Datena (PSDB) para conseguir atingir o emedebista. A estratégia do ex-coach parecia clara.

Nunes e Marçal dividem o voto bolsonarista e ex-coach vem apresentando queda nas pesquisas. Mesmo tecnicamente empatado na margem de erro, o ex-coach tenta remar na reta final para conseguir alavancar a campanha e conseguir uma vaga no segundo turno.

Guilherme Boulos (PSOL) e Nunes também reservaram um tempinho para se atacarem, mas com menos intensidade. No caso deles, os ataques velados servem mais para a degradação da imagem entre ambos para dobrar a aposta para a segunda fase da eleição.

O debate ainda foi o primeiro sem direitos de resposta. Ao todo, 11 pedidos foram feitos pelos candidatos, mas todos foram negados pela emissora.

Outro ponto que chamou a atenção foi a fuga de perguntas dos candidatos. Ricardo Nunes, Pablo Marçal e Tabata Amaral (PSB) desviaram de respostas quando questionados sobre temas sensíveis.

Enquanto Nunes evitou falar sobre a possível interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marçal desconversou sobre a participação do presidente de sua legenda, Leonardo Avalanche, que admitiu em áudios ter envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Tabata respondeu apenas sobre respeito quando questionada sobre quem apoiaria no segundo turno.

A candidata do PSB ainda aproveitou o espaço para provocar Boulos e tentar arrancar o voto dele na reta final da disputa. Ela questionou o psolista sobre aborto e Venezuela, o que fez as pesquisas sobre seu nome dispararem no Google.

Marçal escanteado

A estratégia já não é novidade, mas volta à tona no debate da Record. Pablo Marçal foi escanteado pelos adversários, que evitaram fazer perguntas a ele durante todo o debate.

Mesmo com a opção de escolha, Marçal sempre foi o último escolhido entre os candidatos para responder às perguntas. Houve quem preferiu escolher Marina Helena para conseguir desviar do ex-coach.

Marina, inclusive, destoou dos adversários. Mesmo com questionamentos parcialmente embasados, aproveitou para tentar afetar a imagem dos concorrentes. Apontou suas miras para todos os lados, menos para Marçal, com quem tentou fazer dobradinha.

Após o debate, ela mesma admitiu que pretende ultrapassar Datena nesta semana. Esse tende a ser o último debate com a participação da candidata do Novo.

O próximo enfrentamento entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo acontece na segunda-feira, 30. Apenas Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal devem participar.

Na quinta-feira, 3, terá o último debate do primeiro turno, que será realizado pela Globo. Ao todo, serão 11 debates entre os postulantes ao edifício Matarazzo na fase inicial da campanha.

O próximo enfrentamento entre os candidatos à prefeitura de São Paulo acontece na segunda-feira, 30. Apenas Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal devem participar.

Na quinta-feira, 3, terá o último debate do primeiro turno, que será realizado pela Globo. Ao todo, serão 11 debates entre os postulantes ao edifício Matarazzo na fase inicial da campanha.