O furacão Helene provocou a morte de quatro pessoas e deixou milhões sem eletricidade no sudeste dos Estados Unidos, depois de atingir a costa da Flórida nesta sexta-feira (27).

À medida que perdeu força e se transformou em uma tempestade tropical, Helene moveu-se para o interior através da Geórgia e da Carolina do Sul, inundando estradas e casas.

“Essas chuvas provavelmente resultarão em enchentes urbanas e repentinas catastróficas e potencialmente fatais, juntamente com inundações fluviais significativas e recordes”, alertou o Centro Nacional de Furacões (NHC).

“Espera-se inúmeros deslizamentos de terra em terrenos íngremes no sul dos Apalaches”, acrescentou.

Quatro pessoas morreram pela passagem de Helene na manhã desta sexta-feira.

Na Flórida, uma pessoa morreu quando uma placa caiu em uma rodovia costeira, declarou o governador Ron DeSantis.

Duas pessoas morreram na Geórgia, segundo o governador Brian Kemp. A mídia local informou que o homem e a mulher faleceram quando um tornado destruiu seu trailer.

Uma pessoa também morreu em Charlotte, Carolina do Norte, quando uma árvore caiu sobre uma casa, informou o Corpo de Bombeiros.

– Milhões de casas sem luz –

A tempestade rapidamente perdeu força depois de atingir a costa cerca de 20 quilômetros ao sul da capital do estado da Flórida, Tallahassee, onde entrou como um poderoso furacão de categoria 4 com ventos de 225 quilômetros por hora.

“Toda a costa de Big Bend, na Flórida, corre o risco de uma tempestade potencialmente catastrófica”, alertou o NHC nas redes sociais.

Os aeroportos de Tampa e Tallahassee fecharam e mais de 3,4 milhões de residências e empresas ficaram sem energia em Flórida, Geórgia e nas Carolinas nesta sexta-feira, de acordo com o site de rastreamento PowerOutage.us.

– Casas submersas –

Na zona de impacto, os moradores foram avisados sobre uma tempestade nunca antes vista.

O morador de Tampa Bay, Matt Heller, disse à CNN que sua casa ficou sob 1,2 metro de água meia hora após a tempestade, enquanto ele se abrigava em um caiaque em sua sala de estar inundada.

“Esta é definitivamente a maior inundação que já tivemos”, disse ele.

O presidente Joe Biden e as autoridades estaduais instaram as pessoas a atenderem aos avisos oficiais de evacuação antes da chegada de Helene, embora algumas tenham optado por ficar em casa para esperar a tempestade passar.

Patrick Riickert recusou-se a sair de sua pequena casa de madeira em Crawfordville, uma cidade de 5.000 habitantes entre Tallahassee e a costa.

A maioria dos moradores foi embora, mas ele, a esposa e os cinco netos “não vão a lugar nenhum”, disse à AFP o homem de 58 anos.

“Vou me refugiar” e aguentar o furacão, garantiu. Fez o mesmo em 2018, quando o mortal Michael, uma megatempestade de categoria 5, atingiu o noroeste da Flórida.

DeSantis mobilizou a Guarda Nacional e milhares de funcionários para possíveis operações de busca e resgate e restauração de energia.

“Não podemos controlar a trajetória do furacão, mas o que podemos controlar é o que podemos fazer para ter a melhor chance de sair dessa de uma forma segura”, disse o governador.

Helene atingiu antes a península de Yucatán, no México, onde há vários resorts turísticos.

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