24/09/2024 - 19:10
Gabigol foi escolhido para ser o rosto da Mizuno no Brasil, como parte da estratégia da empresa japonesa para expandir sua presença mundial no mercado do futebol. Patrocinado pela Nike por mais de 10 anos, o atacante do Flamengo mudou de rota após o fim do contrato com a companhia americana e se atraiu pelo vínculo de seis anos oferecido pela nova patrocinadora, na qual terá maior protagonismo.
A Mizuno quer explorar o lado mais midiático do jogador de 27 anos, conectado à moda e à música, inclusive com carreira musical como Lil Gabi. Sem grande aderência no futebol brasileiro, e mais lembrada no País pelos tênis de corrida, a marca vê na imagem do atleta a possibilidade de chamar mais atenção dentro do universo dos boleiros. Tal movimento já vem sendo feito em escala mundial, com patrocínios fechados com a Lazio, da Itália, e com o zagueiro Sérgio Ramos, outro ex-Nike.
“Ele já tem esse DNA de ir além do esporte. Eu acho que ele valoriza muito esse estilo. Ele está muito ligado com isso, com o cenário de música, com a moda. Isso também foi uma das coisas que nos levou a fechar esse patrocínio”, afirma Rogério Barenco gerente geral da Mizuno no Brasil. “No campo, a gente não precisa nem falar. É um cara apaixonado pelo esporte, pelo futebol. Foi artilheiro de vários campeonatos, é um ídolo do Flamengo.”
Ter Gabigol como embaixador é visto como um ponto para atrair mais jogadores ao portfólio da empresa, que não revela nomes, mas diz que tem conversas em andamento. Outro objetivo traçado é o de se tornar fornecedora de material esportivo de um clube da Série A do Brasileiro. Há, inclusive, um mapeamento sendo feito, de olho em times que estão em fim de contrato com seus patrocinadores.
“Faz parte dos nossos planos estar em clubes brasileiros da Série A. Já estamos mapeando alguns clubes que têm contratos se encerrando em 2025. Estamos analisando possibilidades, conversando com alguns deles. Então, com certeza a gente entende que patrocínio de clube é bastante importante dentro do sports marketing necessário para ser relevante no futebol”, diz Barenco.
A parceria com o atacante flamenguista vem em um momento em que ele está sem espaço com o técnico Tite e ainda não definiu seu futuro profissional. O contrato com o Flamengo se encerra em dezembro e ele tem uma proposta de renovação por apenas um ano. Neste momento, já pode assinar pré-contrato com qualquer clube. Tal situação não foi vista como um problema pela Mizuno.
“A gente não pode dar detalhes do contrato, mas o que eu posso dizer é que a gente a gente fechou o contrato pensando realmente no longo prazo. É um contrato longo de seis anos. A gente entende que faz parte da relação com atletas. A gente acredita que tem de ser de longo prazo porque demora um tempo para o fã do atleta fazer essa associação com a marca. Isso vai se fortalecendo. A gente entende que atletas não estão necessariamente no lugar certo no momento certo a todo tempo”, avalia o gerente geral.
Hoje, o futebol representa menos que 5% da receita da empresa japonesa, mas é esperado um crescimento relevante com os novos investimentos realizados, como a própria parceria com Gabigol. No mercado nacional, são comercializadas chuteiras importadas do Japão e também versões mais baratas produzidas no Brasil pela Vulcabras, que assumiu a operação da marca no lugar da Alpargatas em 2020.