Pouco mais de uma semana depois da cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), a agressão voltou a protagonizar um debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo. E o ator principal, novamente, é Marçal.

No debate promovido pelo Flow, nesta segunda-feira, 23, Marçal usou as considerações finais para sair do personagem “paz e amor” implementado na sexta-feira e atacou Ricardo Nunes (MDB). Em menos de um minuto, tomou três advertências e foi expulso do debate (leia mais aqui).

Logo após a exclusão, um assessor do ex-coach agrediu Duda Lima, marqueteiro de Nunes, com um soco no rosto. Lima deixou o local sangrando, com machucado no supercílio. O debate não conseguiu ter o encerramento previsto.

A campanha do ex-coach acusa o marqueteiro de ter começado a briga. No vídeo publicado nas redes sociais, Duda Lima ri da expulsão de Marçal e tenta impedir a gravação de um assessor que tentava fazer um corte. A briga começa exatamente nesse momento.

As agressões pareciam ter sido previstas por quem acompanhou a chegada dos candidatos. Mesmo antes de começar o embate, Marçal e Nunes bateram boca na porta do clube que sediou o evento.

As cenas citadas acima foram muito diferentes do que foi realizado debate. Inclusive, essa análise precisou ser totalmente alterada ao final da transmissão.

As regras bem amarradas fizeram os candidatos manterem a compostura. Logo no começo, o apresentador Carlos Tramontina disse estar tranquilo e que não haveria agressões. A tranquilidade foi para o brejo apenas no final do encontro.

As regras impediram um confronto direto entre os candidatos. Nem perguntas entre si eles puderam fazer.

No primeiro bloco, seis especialistas faziam as perguntas, enquanto um respondia e outro comentava. Os dois blocos seguintes continham perguntas de eleitores e jovens internautas.

Marçal sai do novo personagem

Na sexta-feira, durante o debate do SBT, Pablo Marçal vestiu a fantasia de moderado e prometeu mais polido nos debates. No mesmo dia, surpreendeu a todos os presentes com seu tom mais baixo.

A mudança de postura não foi suficiente para convencer os adversários, que apostavam na volta do “velho Marçal” rapidamente. Eles estavam certos.

Todas as principais polêmicas da campanha eleitoral de 2024 foram protagonizadas pelo ex-coach. Acusações sobre uso de drogas, gritos em debates, cortes nas redes sociais, ofensas aos adversários e jornalistas, além da cadeirada dada por Datena, mas que teve ação provocativa do ex-coach.

Quando elevava o nível, Marçal mantinha suas indiretas aos adversários, mas nada que chegasse a ofender. Em dado momento, voltava a atirar acusações contra os adversários.

Essa é a segunda vez que Marçal descumpre uma promessa de mudança de postura na campanha. Durante do debate da TV Gazeta, ele tinha prometido ser mais moderado, mesma palavra dada no debate do SBT.

Ainda faltam três debates para o fim das eleições. Se mantiver nessa toada, as eleições deixam as urnas para irem aos ringues, derrotando não os candidatos, mas os eleitores.