O Equador aplicará apagões noturnos de oito horas e adotará o teletrabalho no setor público para enfrentar a pior seca dos últimos 60 anos, que ameaça as usinas hidrelétricas do país, anunciou o governo nesta terça-feira (17).
As medidas de economia de energia, que serão adotadas diante da “pior estiagem dos últimos 61 anos e com a finalidade de gerir de forma responsável o controle do nosso sistema elétrico”, anunciou a Presidência em um comunicado.
O Executivo acrescentou que devido à seca, que afeta as represas de várias hidrelétricas, principal fonte de abastecimento, os racionamentos de oito horas serão adotados em todo o país a partir das 22h locais (00h de Brasília) entre a segunda-feira, 23 de setembro, e a quinta, 26 de setembro.
“O horário de corte estabelecido foi escolhido com o objetivo de gerar o menor impacto possível nas atividades produtivas e no desenvolvimento das jornadas de trabalho”, destacou o governo.
O Equador, com 17 milhões de habitantes, perde quase 12 milhões de dólares (66 milhões de reais) por cada hora de apagão, segundo a Câmara de Comércio do porto de Guayaquil (sudoeste), núcleo comercial do país.
O governo adotará o teletrabalho no setor público na quinta e sexta-feira desta semana e da próxima.
No domingo, o governo antecipou um apagão geral de oito horas a partir das 22h locais (00h de Brasília) desta quarta-feira, devido a uma “manutenção preventiva” no sistema de transmissão de energia.
Durante este período, vigorará um toque de recolher nas províncias de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena, El Oro, Orellana e na cidade de Ponce Enríquez (Azuay), que estão sob estado de exceção desde 30 de agosto devido à violência do narcotráfico.
Poe causa da seca, o Equador sofreu racionamentos de energia de até 13 horas por dia em abril.
Novos cortes ocorreram em junho, porque as chuvas causaram um acúmulo de sedimentos que colocaram em risco a represa de Mazar, no sul andino, e que abastece com água um complexo de três centrais hidrelétricas.
Em 7 de setembro, um “erro humano” provocou um apagão surpresa em várias províncias.
O setor elétrico equatoriano foi declarado em emergência em abril, devido à baixa vazão dos rios.
O Equador enfrenta um déficit energético de cerca de mil megawatts, dos quais pelo menos 100 MW serão cobertos por uma barcaça de geração contratada pelo governo.
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