O arcebispado da cidade espanhola de Burgos anunciou nesta segunda-feira (16) que recorreu à justiça para pedir a desocupação de um convento por dez freiras que declararam rompimento com o Vaticano e foram excomungadas.

O caso, que causou espanto na Espanha, começou em maio, quando as freiras que residiam no convento de Santa Clara, na vila de Belorado, um edifício do século XV no coração de um povoado de 1.800 habitantes a 50 quilômetros de Burgos, anunciaram que rompiam com a Igreja Católica, considerando o papa Francisco um “usurpador”.

Apesar das tentativas da Igreja de fazê-las mudar de ideia, as freiras mantiveram sua posição, levando o arcebispo de Burgos a anunciar sua excomunhão em junho e a pedir que deixassem o convento.

“Após um período prudencial de espera, e comprovado que não houve nenhuma tentativa de reconsideração por parte das ex-religiosas, os serviços jurídicos procederam a interpor a demanda” à justiça para solicitar sua desocupação, informou o arcebispado nesta segunda-feira em um comunicado.

O caso das freiras estourou em meio a um conflito imobiliário com Roma.

As religiosas foram acusadas de se associarem a uma seita afiliada ao “sedevacantismo”, um movimento que considera hereges todos os papas que sucederam a Pio XII (1939-1958).

A gota d’água para o conflito foi a anulação da compra de um convento no País Basco. Em 2020, as freiras chegaram a um acordo com o bispado vizinho de Vitoria para adquirir o convento de Orduña, mas a negociação acabou fracassando.

A compra foi “bloqueada desde Roma”, segundo as freiras, que seguem se recusando a abandonar o convento de Belorado.

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