Um tribunal marcial na República Democrática do Congo condenou à morte, na quinta-feira (12), 37 pessoas, incluindo três americanos, acusadas de uma “tentativa de golpe de Estado” que o exército do país africano afirma ter frustrado em maio.

“O tribunal pronuncia a pena máxima: a pena de morte”, repetiu o major Freddy Ehume, presidente do tribunal instalado na prisão militar de Ndolo, na capital Kinshasa, ao ler o veredicto de cada um dos condenados.

Eles foram declarados culpados de associação para cometer crimes, de terem realizado atentados e, com exceção de um deles, de terrorismo.

Entre os 37, há seis estrangeiros: três americanos, um belga, um britânico e um canadense de origem congolesa.

Os advogados de defesa indicaram à AFP a intenção de recorrer no prazo legal de cinco dias.

Dos 51 acusados, 14 foram absolvidos após ter sido comprovado que não possuíam “qualquer ligação” com o caso, indicou o tribunal.

O Ministério Público solicitou a pena de morte para 50 deles, com exceção de uma pessoa que, segundo laudos médicos, sofre de “distúrbios psicológicos”.

O julgamento não aprofundou as motivações dos membros da operação e seus possíveis patrocinadores.

Na noite de 19 de maio, dezenas de homens armados e uniformizados atacaram a casa em Kinshasa do ministro Vital Kamerhe, que desde então se tornou presidente da Assembleia Nacional. Dois policiais que estavam de plantão na residência morreram no ataque.

Os membros do comando filmaram-se agitando a bandeira do Zaire, antigo nome da RD Congo na época do ditador Mobutu, derrubado em 1997.

Cerca de quarenta agressores foram presos na ação e quatro foram mortos pelas forças de segurança, incluindo o líder do grupo, Christian Malanga, um congolês de 41 anos que vivia nos Estados Unidos.

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