10/09/2024 - 13:43
Dominique Pelicot, acusado por drogar a esposa para que fosse estuprada por desconhecidos, estará presente em seu julgamento na quarta-feira (11), após ter sido “hospitalizado” nesta terça (10), anunciou o tribunal de Avignon, no sul da França.
“Temos um atestado médico com a data de hoje” que indica que não há contraindicações para as “transferências” do homem de 71 anos entre a prisão e o Palácio da Justiça, disse o presidente do tribunal, Roger Arata.
Horas antes, o magistrado afirmou que poderia suspender o processo por alguns dias até que o estado de saúde do réu melhorasse, após sua advogada Béatrice Zavarro ter anunciado que ele estava “hospitalizado”.
“Não faria sentindo algum continuar sem sua presença”, afirmou Zavarro, indicando que começou a passar mal na sexta-feira, mas não recebeu tratamento durante o fim de semana.
Seu interrogatório estava previsto para tarde desta terça-feira. O tribunal não especificou a que horas será interrogado na quarta-feira.
“Para que fique claro. O senhor Pelicot não está se esquivando. O senhor Pelicot estará presente e responderá a todas as preguntas”, destacou a advogada.
Seu cliente é acusado de fazer a mulher adormecer com a administração de medicamentos contra a vontade dela para que dezenas de estranhos a estuprassem, entre 2011 e 2020, primeiro na região de Paris e depois em sua residência de Mazan, no sul da França.
Pelicot e outros 50 homens podem ser condenados a até 20 anos de prisão por estupro com agravante neste caso, que chocou a França e provocou uma onda de indignação ao redor do mundo.
“A senhora Pelicot e seus filhos não desejam testemunhar sem que ele esteja presente”, confirmou um dos seus advogados, Stéphane Babonneau. “É absolutamente necessário que o senhor Pelicot receba tratamento médico e possa comparecer ao processo”.
O principal acusado não compareceu à audiência de segunda-feira sobre sua personalidade devido a dores intestinais. Ele parecia muito fraco quando compareceu ao banco dos réus, apoiado em uma bengala, segundo um jornalista da AFP.
O julgamento foi retomado nesta terça-feira com o depoimento de Stéphan Gal, segundo diretor da investigação do caso, que tem 51 acusados, com idades entre 26 e 74 anos.
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