25/08/2024 - 13:01
VATICANO, 25 AGO (ANSA) – O papa Francisco criticou neste domingo (25) a decisão do Parlamento da Ucrânia de aprovar um projeto de lei para banir no país um braço da Igreja Ortodoxa Russa, tida por Kiev como agente do regime de Vladimir Putin.
Durante oração do Angelus, na Praça São Pedro, o Pontífice afirmou que “nenhuma Igreja Cristã deve ser abolida” e destacou que teme pela liberdade dos que rezam, ao pensar “nas leis aprovadas recentemente na Ucrânia”.
“Deixemos que aqueles que querem rezar, rezem naquela que consideram ser a sua Igreja. Por favor, que nenhuma Igreja cristã seja abolida, direta ou indiretamente. Nas Igrejas não se toca”, declarou ele.
O alvo da decisão do governo de Volodymyr Zelensky é a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), que era ligada ao Patriarcado de Moscou, cujo líder, Cirilo, demonstrou em diversas ocasiões apoio à invasão promovida pela Rússia desde fevereiro de 2022.
Durante a guerra, as lideranças da Igreja Ortodoxa Ucraniana romperam com o Patriarcado de Moscou, mas o governo Zelensky suspeita que membros da religião ainda colaborem com o Kremlin.
A UOC convivia simultaneamente com a Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU), que teve a autocefalia concedida pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, guia espiritual dos ortodoxos, em 2019, e passou a ser independente do Patriarcado de Moscou.
“Ninguém comete o mal porque reza. Se alguém comete um mal contra seu povo, ele será culpado por isso, mas ele não pode ter cometido o mal porque rezou”, acrescentou.
Por fim, o argentino disse que continua “acompanhando com tristeza os combates na Ucrânia e na Federação Russa” e apelou novamente “pelo fim de tantas outras guerras”.
“Na Palestina, em Israel, Myanmar e outras regiões, as pessoas pedem a paz. Rezemos para que o Senhor nos dê a todos a paz”, concluiu. (ANSA).