A campanha de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição em São Paulo, disse ao site IstoÉ nesta sexta-feira, 16, que Joice Hasselmann (Podemos) “não tem relação pessoal ou proximidade” com o prefeito e minimizou o vídeo gravado por ele em apoio à candidatura da ex-deputada para a Câmara Municipal.

No vídeo, Nunes fala sobre a importância do trabalho dos vereadores e convida seus eleitores a conhecerem as redes sociais de Hasselmann. A mesma fala foi gravada em apoio a outros candidatos da coligação do prefeito, que tem 12 partidos.

 

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Uma publicação compartilhada por Joice Hasselmann (@joicehasselmannoficial)

Ao site IstoÉ, a candidata afirmou que o vídeo foi “institucional” e a “reação dos tigrões de teclado era óbvia e esperada”. “Os que são extremamente radicais nunca se permitirão pensar, evoluir, deixar o que passou no passado e andar para frente”, disse.

Bolsonarismo não gostou

O esclarecimento de Nunes e a provocação de Hasselmann são respostas às críticas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que comentou o vídeo na quinta-feira, 15.

“Nunes precisa de alguém assessorando ele para evitar esse tipo de situação. Fazer vídeo com a Joice Hasselmann é cavar a própria sepultura. Como é que o pessoal da direita vai votar em um cara desse, com a maior traíra que a gente teve aqui? O Nunes precisa dar mais argumentação se quiser ter o voto da direita”, disse o parlamentar.

Também na quinta, o próprio Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista a uma rádio que o prefeito não é seu “candidato dos sonhos”, mas afirmou ter um compromisso e se comprometeu a “ajudá-lo onde for possível”.

Na mesma transmissão, ainda elogiou Pablo Marçal (PRTB), principal concorrente do emedebista pelo eleitorado bolsonarista na capital. O empresário compartilhou a fala do ex-presidente em suas redes sociais.

Nunes enfrenta desconfiança de parte do grupo político de Bolsonaro desde o início da articulação para obter seu apoio no pleito, que foi assegurado porque ele aceitou o ex-coronel da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) Ricardo Mello Araújo (PL), indicado do ex-presidente, como candidato a vice.

O vídeo para Hasselmann deu novo fôlego à descrença. A candidata a vereadora era uma liderança do bolsonarismo nas eleições de 2018 — quando se elegeu deputada com mais de um milhão de votos –, mas se tornou um dos principais desafetos do ex-presidente e de seus filhos depois que se opôs à tentativa de Eduardo de liderar a bancada do então PSL (partido que ambos integravam) na Câmara, em 2019.

Desde então, Hasselmann sofreu ataques do grupo e acusou Bolsonaro de “traição” e “ingratidão”. Em 2022, recebeu 13.679 votos e, assim como outros antigos aliados que romperam com o bolsonarismo, não foi reeleita.