Ativistas pró-imigração seguem presos após conflito com grupo de direita em SP

Ao menos quatro ativistas de movimentos de defesa de imigrantes e refugiados estão detidos desde o início da madrugada desta quarta-feira, 3, no 78º Distrito Policial (DP), na região dos Jardins, em São Paulo. A delegacia confirmou as detenções e que a ocorrência está em andamento, mas não informou quais são as acusações contra os presos.

Eles entraram em conflito com manifestantes do grupo Direita São Paulo que, na noite passada, protestava na Avenida Paulista, na região central, contra o auxílio a imigrantes que chegam ao Brasil. Em páginas de grupos pró e contra imigrantes nas redes sociais, representantes se acusam mutuamente pelo início do tumulto.

Cerca de 50 pessoas solidárias aos presos iniciaram vigília em frente ao DP desde em torno da 0h, cercadas por uma equipe de policiais armados com fuzis, do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) informou que um homem de 28 anos detido e um jovem de 17 apreendido durante a confusão assinaram termos circunstanciados por desobediência e já foram liberados.

Na madrugada, a reportagem foi informada de que havia sete detidos. Dentre os presos, está o imigrante Hasan Zarif, integrante do grupo Palestina Para Todos e proprietário do restaurante e bar palestino Al Janiah, localizado no bairro do Bixiga, localizado no centro da capital. O advogado dele, Hugo Albuquerque, e a mãe de um dos jovens presos, um estudante de 18 anos, reclamaram da demora em poder contatá-los e da falta de informações repassadas pela polícia.

O início da briga não ficou claro, mas, segundo Albuquerque, manifestantes foram em direção a Zarif e houve troca mútua de provocações que terminaram em agressões. Já os militantes de direita alegam que um imigrante teria lançado uma bomba caseira contra eles.

O protesto contestava a Lei da Migração, já aprovada pelo Senado, que pode facilitar o acolhimento de mais imigrantes no País. Os manifestantes também exaltavam o trabalho da Polícia Militar e gritavam que “comunistas têm que morrer”. Em novas postagens, alguns afirmam que os imigrantes “trouxeram o terrorismo para o Brasil” e pedem uma nova intervenção militar no País.