05/08/2024 - 10:01
SÃO PAULO, 5 AGO (ANSA) – Uma brasileira, que escreveu ao papa Francisco para pedir orações ao filho que nasceu com uma cardiopatia, recebeu uma carta do líder da Igreja Católica após a morte do bebê, há cerca de um mês.
A mensagem foi destinada à jornalista Jéssica Marçal, moradora de Lorena, cidade no interior de São Paulo, que trabalha na comunidade Canção Nova, de Cachoeira Paulista. Por conta disso e por ser católica, ela acompanha o argentino desde 2013.
Em entrevista ao portal G1, a brasileira contou que, em janeiro deste ano, ela e o marido Tiago tiveram o segundo filho, Francisco, mas, com 19 semanas de gestação, os médicos já haviam diagnosticado uma cardiopatia no bebê, “chamada Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo, conhecida como síndrome do meio coração”. “É como se ele só tivesse metade do coração”, explica.
A síndrome é considerada rara e é caracterizada por um desenvolvimento inadequado do lado esquerdo do coração. Desta forma, após o nascimento, Francisco foi submetido a diversas cirurgias e ficou hospitalizado na UTI.
Em meio ao sofrimento da família, Tiago deu a ideia da esposa escrever uma carta ao Pontífice para pedir orações. “Enviei a carta na esperança de receber uma resposta, apesar de ficar pensando se a minha carta seria lida no meio de tantas. Mas o não eu já tinha, então decidi arriscar e mandar. Escrevi e enviei como se fosse para um amigo”, explica Jéssica, que escolheu o nome Francisco para seu filho por admirar o religioso.
No entanto, apesar de todo tratamento, o recém-nascido não resistiu à doença e faleceu em 20 de junho. A mensagem do Papa, porém, é datada do dia 5 do mesmo mês, mas só chegou no último dia 30 de julho, assinada pelo monsenhor Roberto Campisi, assessor para a Secretaria de Estado do Vaticano.
“O Santo Padre, tendo apreciado os sentimentos que motivaram a sua carta, confiou-me o encargo de exprimir o seu agradecimento e recordar à senhora Jéssica aquilo que disse durante uma entrevista concedida ao jornal italiano La Stampa em 20 de março de 2020”, inicia o texto.
Na mensagem, Francisco lembra que “a oração faz-nos compreender a nossa vulnerabilidade”. “É o grito dos pobres, dos que estão se afundando, dos que se sentem em perigo, sozinhos. E numa situação difícil e desesperada, é importante saber que existe o Senhor a quem nós podemos agarrar. E Deus nos apoia de muitas maneiras. Ele nos dá força e proximidade, como fez com os discípulos que na tempestade pediam ajuda. Ou quando deu Sua mão a Pedro que estava se afogando”.
Por fim, o Santo Padre envia, “extensiva a todas as pessoas que lhe são caras, de modo particular ao seu esposo Tiago e aos seus filhos Clara e Francisco, a Bênção Apostólica, pedindo também que não se esqueçam de rezar por ele”. (ANSA).