04/08/2024 - 15:47
As iniciativas diplomáticas se multiplicaram neste domingo (4), enquanto o Irã e seus aliados, principalmente no Líbano, preparam uma resposta aos assassinatos de líderes islamistas atribuídos ou reivindicados por Israel.
O G7 expressou “grande preocupação com os recentes acontecimentos que ameaçam provocar uma regionalização da crise, começando pelo Líbano”, disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, após uma videoconferência com seus pares do grupo das principais potências ocidentais.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o rei Abdullah II da Jordânia enfatizaram em uma conversa telefônica “a necessidade de evitar a todo custo uma escalada militar regional” e “conclamaram todas as partes a abandonar a lógica da retaliação”, disse a Presidência francesa em um comunicado.
Assim como os EUA e o Reino Unido, a França pediu a seus cidadãos que deixem o Líbano “o mais rápido possível”, pois o país enfrenta “um contexto de segurança muito volátil”. A Arábia Saudita, a Suécia e a Jordânia tomaram medidas semelhantes.
O Canadá, que já havia pedido aos seus cidadãos que deixassem o Líbano no final de junho, também pediu no sábado que “evitassem” viajar para Israel.
O Irã, o movimento islamista palestino Hamas, no poder em Gaza, e o grupo libanês Hezbollah acusaram Israel de assassinar o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, na quarta-feira.
Israel não comentou sobre a operação, que ocorreu poucas horas depois que um bombardeio – reivindicado por Israel – matou o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, em um subúrbio de Beirute.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com “punição severa” e o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, falou de uma “resposta inevitável”.
O enviado do Irã à ONU disse que esperava que o Hezbollah atacasse “profundamente” o território israelense e não se limitasse a alvos militares.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que seu país “está em um alto nível de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo”.
Os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, estão se preparando para “todas as possibilidades”, disse o vice-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jon Finer.
“O Pentágono está mobilizando recursos significativos para a região a fim de se preparar para o que poderia ser novamente a necessidade de defender Israel de um ataque, ao mesmo tempo em que trabalha arduamente de forma diplomática para diminuir a escalada dessa situação, porque não acreditamos que uma guerra regional seja do interesse de ninguém neste momento”, acrescentou.
Hezbollah e Israel têm protagonizado duelos de artilharia quase diários desde 8 de outubro, um dia após o início da guerra em Gaza entre Israel e o Hamas.
Na noite de sábado, o Hezbollah afirmou ter disparado dezenas de foguetes pela primeira vez contra a cidade de Beit Hillel, no norte de Israel.
O Exército israelense disse que disparou 30 projéteis do Líbano e conseguiu interceptar a maioria deles.
Em Holon, um subúrbio de Tel Aviv, duas pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas por um ataque com faca, informou a polícia, acrescentando que o suspeito de ter cometido o “atentado terrorista”, um palestino da Cisjordânia ocupada, foi “neutralizado”.
A Defesa Civil da Faixa de Gaza disse que um bombardeio israelense neste domingo matou pelo menos 30 pessoas, “principalmente crianças e mulheres” em um complexo educacional que abriga milhares de pessoas deslocadas pela guerra.
O Exército israelense confirmou o bombardeio e disse que as duas escolas abrigavam um centro de comando e controle do Hamas.
A guerra estourou em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Israel estima que 111 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, embora 39 delas tenham sido mortas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 39.550 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, que é governado pelo Hamas desde 2007.
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