Pela segunda vez na história apenas a seleção feminina de futebol representará o Brasil nos Jogos Olímpicos. O “país do futebol” não terá a seleção masculina, que não conseguiu a classificação para Paris-2024 após uma má campanha no Pré-Olímpico da modalidade.

Cercada de grandes histórias, mudanças e expectativa, a seleção feminina desembarcou no Aeroporto Internacional de Bordeaux, na França, na última quinta-feira, 18, para a disputa dos Jogos Olímpicos e treina junto desde então no aguardo da estreia na competição.

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Como representante única do futebol nacional, o foco dos torcedores brasileiros, amantes do futebol, estará totalmente voltada para as meninas da seleção. Veja o que esperar da seleção no torneio de futebol feminino, que começa nesta quarta-feira, 24.

Artur Elias

Depois de uma campanha decepcionante na Copa do Mundo do Futebol Feminino de 2023, quando o Brasil não passou nem da primeira fase, a CBF decidiu fazer mudanças na comissão técnica e demitiu a técnica sueca Pia Sundhage. Dois dias depois a confederação anunciou a contratação do técnico Arthur Elias, multicampeão pelo Corinthians.

Arthur Elias
Arthur Elias (Crédito:Rafael Ribeiro/CBF)

Essa será a primeira competição de grande impacto da seleção brasileira no comando de Arthur Elias. O técnico foi anunciado no dia 1 de setembro de 2023, mas só assumiu a seleção no mês seguinte, depois de conquistar mais um título da Libertadores e do Campeonato Brasileiro pelo Corinthians.

As convocadas

No começo de julho o técnico da seleção brasileira Arthur Elias anunciou a convocação das 18 jogadoras, mais 4 suplentes, que representarão o Brasil no torneio Olímpico. Veja:

  • GOLEIRAS – Lorena (Grêmio) e Tainá (América-MG)
  • LATERAIS – Antônia (sem clube), Tamires (Corinthians) e Yasmim (Corinthians)
  • ZAGUEIRAS – Rafaelle (Orlando Pride-EUA), Tarciane (Houston Dash-EUA) e Thais Ferreira (Tenerife-ESP)
  • MEIAS – Ana Vitória (Atlético de Madrid-ESP), Duda Sampaio (Corinthians) e Yayá (Corinthians)
  • ATACANTES – Adriana (Orlando Pride-EUA), Gabi Nunes (Levante-ESP), Gabi Portilho (Corinthians), Jheniffer (Corinthians), Kerolin (North Carolina Courage-EUA) , Marta (Orlando Pride-EUA) e Ludmila (sem clube)
  • SUPLENTES – Luciana (goleira, Ferroviária), Lauren (zagueira, Kansas City Current-EUA), Angelina (volante, Orlando Pride-EUA) e Priscila (atacante, Internacional)

Ausências

O Brasil contará com algumas ausências importantes nos Jogos Olímpicos, umas por lesões e outras por opção técnica do treinador, que busca uma renovação do elenco da seleção brasileira.

Por lesão o Brasil perdeu a atacante Bia Zaneratto, do Palmeiras, e a meio-campista Luana Bertolucci, que está em tratamento contra um Linfoma de Hodgkin

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Luana Bertolucci em ação pela seleção brasileira (Crédito:Reprodução/Instagram)

Já por opção o técnico Arthur Elias deixou de fora algumas jogadoras que o torcedor está acostumado a ver com a camisa amarela, casos das atacantes Debinha e Cristiane, que não estarão nos Jogos de Paris.

Grupo do Brasil

A seleção brasileira já conhece seus adversários de grupo desde o dia 20 de março de 2024, quando foi realizado o sorteio que definiu os confrontos. Na fase preliminar, o Brasil enfrentará Nigéria, Japão e a atual campeã da Copa do Mundo de Futebol Feminino, a Espanha.

Estreia e próximos confrontos

O Brasil vai estrear nesta quinta-feira, 25, às 14h, horário de Brasília. A seleção enfrenta a Nigéria, no Stade de Bourdeaux, a mais de 500km da capital francesa.

Na sequência as brasileiras tem confrontos complicados diante do Japão no próximo domingo, 28, às 12h, e contra a Espanha na quarta-feira, 31, às 12h.

Busca pelo ouro inédito

O torneio de futebol feminino foi inserido no cronograma olímpico apenas nos Jogos de Atlanta-1996. Por conta da sua força, tradição e talento das jogadoras, o Brasil sempre entra como um dos favoritos, mas até hoje nunca conquistou a medalha de ouro.

De lá para cá, apenas em duas oportunidades a seleção não chegou pelo menos nas semifinais: Londres-2012 e Tóquio-2020. Nas outras edições, beliscou o 4º lugar em Atlanta-1996, Sydney-2000 e Rio-2016.

Quando conseguiu chegar na final, o Brasil não se saiu vitorioso, ficando com a medalha de prata em duas oportunidades: Atenas-2004 e Pequim-2008.

Dessa maneira, sob a tutela de Arthur Elias e com Marta no comando do time, a seleção brasileira está em Paris para buscar o ouro inédito, muito cobiçado e desejado por atletas e torcedores.

Despedida da Rainha

Falar de seleção feminina de futebol é também falar da Rainha Marta, melhor jogadora da história do esporte. Aos 38 anos, Marta já anunciou que a Olimpíada de Paris será sua última competição vestindo a camisa da seleção brasileira. Mas, sua despedida pode marcar uma série de novos recordes para a atacante brasileira.

A última participação da jogadora em mundiais tem uma mentalidade determinada: é agora ou nunca, ao menos como atleta
Marta deve disputar sua última Olimpíada em Paris-2024 (Crédito:Arquivo / Agência Brasil)

Em Paris, a atacante da seleção brasileira estará na sua 6º Olimpíada, número que faz com que ela se torne a segunda futebolista com mais Jogos Olímpicos na carreira, atrás apenas da sua companheira de longa data, Formiga.

Em busca do ouro inédito com a seleção, Marta esteve presente nas conquistas das únicas medalhas brasileiras no futebol feminino, a prata em Atenas-2004 e Pequim-2008. Se ganhar mais uma medalha em Paris, ela se tornará a única jogadora do futebol brasileiro a subir ao pódio olímpico três vezes.

A Rainha também pode se tornar a maior artilheira do futebol em Jogos Olímpicos, contando ambos os gêneros. Atualmente, com 13 gols, ela está atrás apenas da compatriota Cristiane, que não estará na França. Se marcar no mínimo 1 gol ela iguala o recorde da atacante brasileira.

Marta ainda pode ampliar um recorde que pertence a ela. Ela é a única jogadora a marcar gols em cinco Olimpíadas (2004, 2008, 2012, 2016 e 2020) e, caso marque em Paris, aumentará ainda mais sua marca.